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29 de março de 2024
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A construção da tecnologia de reuso de água e a convivência com o Semiárido

Depois das oficinas de construção do filtro de reuso da água cinza, do projeto Água Viva do Centro Feminista, em Tibau e Rosado, chegou a vez de Upanema. Treze mulheres do Projeto de Assentamento Monte Alegre estão aprendendo a construir os seus próprios filtros de reuso de água.

O projeto Água Viva é uma tecnologia social desenvolvida a partir da auto-organização das mulheres em resposta à necessidade de armazenamento e reuso de água para estimular a produção das agricultoras em seus quintais objetivando o desenvolvimento de autonomia, soberania alimentar, produção agroecológica, economia solidária e uma melhor convivência com o semiárido. Uma tecnologia simples que consiste em filtrar a água do consumo doméstico – da lavagem de louças, roupas e do banho – tornando-a boa para regar frutíferas e hortaliças cultivadas pelas mulheres.

Antes de chegar ao seu destino final, a água que seria descartada passa por um processo de purificação por meio de filtros orgânicos, caixas e tubos instalados nas propriedades. A filtragem é feita com a utilização de produtos extraídos da região, como a palha de carnaúba e a fibra do coco triturada. Depois disso, o sistema de irrigação das hortaliças ocorre por meio de gotejamento.

Para além da utilização, o Centro Feminista está capacitando grupos de mulheres para que elas mesmas se apropriem ainda mais da tecnologia e construam seus próprios filtros. A capacitação está sendo facilitada por Lindinalva Martins que tem experiência como cisterneira: “os primeiros filtros foram construídos de alvenaria, mas nós elaboramos, a partir da experiência com a Articulação do Semiárido, ASA, a construção por placas, o que facilita o trabalho das mulheres”.

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Através da replicação da experiência, o projeto Água Viva e a própria tecnologia está sendo aprimorada: “com a construção coletiva feita pelas próprias mulheres, uma vai aprendendo com a outra. Importante também é que estamos usando as matérias primas que existem nos locais e, além do aprimoramento dos filtros, a apropriação da técnica pelas mulheres implica diretamente no empoderamento destas e no barateamento da obra”, é o que diz Ivi Aliana, agrônoma do Centro Feminista.

“Esse filtro foi uma coisa muito boa que aconteceu pra mim. A minha produção aumentou muito. Aprender a fazer o filtro tá sendo mais um aprendizado que eu tenho certeza que vai mudar a vida de outras mulheres como mudou a minha”, é o que diz Margilânia, agricultora que já possui o Água Viva em sua casa, mas se animou para aprender a construir.

 

http://centrofeminista.com/

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