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28 de março de 2024
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“Alguém pode perder a vida”, diz José Noronha, do COE, sobre falta de vagas

Coronavírus - Foto: Roberta Aline

O membro técnico do Comitê de Operações Emergenciais (COE), o infectologista José Noronha Vieira, diretor do Hospital – Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela – alertou nesta véspera de Natal para a possibilidade de crise no sistema de saúde do Piauí em janeiro. Ele adverte que caso a população não adote medidas preventivas contra o novo coronavírus a situação pode se agravar, principalmente na ocupação de leitos hospitalares.

O infectologista que também foi uma das vítimas da Covid-19, mesmo sem comorbidades, pede que as pessoas não ponham em risco a própria vida ou a de outros e chama atenção para as consequências: “lembre-se que alguém pode evoluir mal e precisar de leito de terapia intensiva, alguém pode perder a vida”.

O alerta é ainda mais necessário devido o aumento de pacientes infectados no Piauí. Há dois dias, por exemplo, hospitais particulares em Teresina suspenderam temporariamente o atendimento de pacientes com suspeita da Covid-19. Apesar da situação preocupante, Noronha pontua que a rede pública está com taxa média de ocupação acima de 40%, mas que é preciso redobrar os cuidados.

“É importante que você cidadão entenda o seu papel! estamos nas festas de fim de ano, não se exponha, não exponham outras pessoas. Lembre-se que alguém pode evoluir mal e precisar de leito de terapia intensiva, alguém pode perder a vida […] a gente pede encarecidamente para a população que vai se reunir com a família: se reúna com os mais próximos, não reúna mais de dez pessoas, observe o distanciamento espacial, evite aglomeração. Se isso não acontecer em janeiro vamos estar enfrentando uma situação de crise. Obedeçam as medidas higiênico-sanitárias. A vacina está muito próxima e não podemos colocar tudo a perder nesse momento”, alerta o membro do COE.

Noronha deu seu depoimento como uma das vítimas da Covid-19, mesmo sem nenhum fator de risco. Ele também relatou o sofrimento de familiares que têm que se despedir de pessoas queridas.

“Precisei ficar cinco dias internado, em uma UTI, não precisei de ventilação mecânica, mas de outros procedimentos invasivos. Da mesma forma que isso aconteceu comigo, a gente observa diariamente acontecer em indivíduos jovens, observamos famílias aterrorizadas se despedindo de seus familiares no momento da necessidade de intubação, de estabelecimento da via aérea avançada. Essa situação não é fácil. Muitas vezes, temos um indivíduo jovem e sadio que vai evoluir mal. Também temos jovem sadio que traz a infecção pra um idoso, pai, mãe, irmão com comorbidades”, conta o médico.

AMPLIAÇÃO DE LEITOS

O infectologista disse que está sendo avaliada a possibilidade de ampliação de leitos para pacientes infectados pelo vírus. Mesmo em uma possível abertura de mais vagas, ele ressalta que não terá tantos leitos como no início da pandemia.

“A alta complexidade eletiva parou no início da pandemia e complicou o estado de saúde dos pacientes. Temos pacientes hipertensos que infartaram, pacientes hipertensos e diabéticos que tiveram AVC, temos pacientes que precisam de cirurgia que antes era eletiva, mas agora é de urgência. Então, essas pessoas não podem ser desassistidas. Nossa capacidade de ampliação não será igual ao início da pandemia e pra isso precisamos da colaboração da população”, finaliza José Noronha.

Fonte: Graciane Sousa / CidadeVerde

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