O procurador estadual do trabalho, Ednalto Brito, informou nesta terça-feira (26) que o Caiçara está proibido de disputar campeonatos até que pague as multas firmadas em acordos com o Ministério Público do Trabalho. A procuradoria informou que vai instaurar inquérito civil e vai realizar perícia no local onde 14 jogadores de futebol foram encontrados em situação análoga à escravidão.
Ele destacou que o clube foi proibido de participar de campeonatos como forma de impor punições, já que o time afirm não ter condições financeiras de arcar com as multas impostas pela justiça do trabalho.
“A situação de carência econômica é um empecilho para que sintam o peso das indenizções. O Caiçara firmou acordo com o MPT ano passado que vem sendo descumprido. Eles já não pagaram uma multa de R$ 80 mil por um acordo feito anos atrás. Fizemos então constar no acordo a probição de participar de qualquer campeonato sem honrar com suas dívidas”, explicou o procurador.
Ele completou: “Se tivermos indícios de que o time vai participar de campeonatos, faremos requerimento à Justiça do Trabalho para que se proíba a participação. Eles não podem participar de nenhum. Acrescentamos essa cláusula como forma punir. Foi a única forma que encontramos de impor reprimenda”, disse.
Quanto à situação como os jogadores foram encontrados pelo Sindicato dos Atletas Profissionais de Futebol do Estado do Piauí e pela Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol, o procurador declarou que a casa onde os atletas eram mantidos será periciada.
“Tivemos acesso ao que saiu na internet, mas estamos adotando providências preliminares. Vamos instaurar inquérito civil e fazer uma perícia nesse local, para oficializar a irregularidade. Mas elas já estão bem delineadas pela atuação do sindicato. Possivelmente, se a situação do trabalho escravo for confirmada, como creio que já está, vamos ajuizar ação civil publica pedindo a condenação por danos morais coletivos”, disse.
O sindicato resgatou, no último dia 22, 14 jogadores de futebol que viviam em condições de trabalho análogo à escravidão no município de Campo Maior, 84 km de Teresina. O time, rebaixado no último domingo à Segunda Divisão do Campeonato Piauiense, mantinha os jogadores em uma casa onde foi constatado pelo sindicato, a falta de produtos de higiene básica, e até mesmo de comida para alimentar o time.
Maria Romero com informações do Jornal do Piauí