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19 de abril de 2024
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Caco Barcellos é agredido em manifestação de servidores

Os repórteres Caco Barcellos, da TV Globo, e Guilherme Ramalho, do GLOBO, e o cinegrafista Luiz Felipe Saleh, do “Profissão Repórter”, foram agredidos na tarde desta quarta-feira quando faziam reportagens sobre o protesto de servidores do estado, na porta da Assembleia Legislativa (Alerj). Caco Barcellos foi atacado pelos manifestantes, que jogaram cones de trânsito no jornalista, o atingindo na cabeça e nas costas, e também garrafas de água. Guilherme Ramalho, da Editoria Rio, foi chutado e teve que deixar o local para não sofrer mais agressões. As ações violentas foram repudiadas por entidades que defendem as liberdades de imprensa e expressão.

Em nota conjunta, a Associação Nacional de Jornais, a Associação Brasileira de Emissoras e Rádio e TV e a Associação Nacional de Editores de Revistas consideraram “intolerável que todo e qualquer cidadão, em especial os profissionais de comunicação, sofram ameaças ou agressões durante coberturas jornalísticas. Impedir a atuação da imprensa é uma afronta ao direito constitucional da sociedade de acesso às informações de interesse público”. O comunicado pede às autoridades a “apuração rigorosa do ocorrido e a punição dos responsáveis”.

Desde os protestos de 2013, repórteres, fotógrafos e cinegrafistas têm sido vítimas de violência durante o exercício da profissão. Em 10 de fevereiro de 2014, Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, teve morte cerebral quatro dias após ser atingido na cabeça por um rojão, atirado por dois manifestantes.

APURAÇÃO DEVE SER RIGOROSA

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo também se manifestou, afirmando em nota que “repudia esses ataques e apela aos manifestantes que preservem o trabalho da imprensa. A livre informação é a principal arma de uma sociedade em luta democrática. A Abraji orienta os repórteres a registrarem as agressões junto à Polícia Civil, e pede que os agentes investiguem as ocorrências. Aos policiais militares, a entidade pede que ajudem os profissionais da imprensa a fazerem a cobertura dos protestos com segurança.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro condenou “o recrudescimento das agressões a jornalistas no exercício de suas funções”. Segundo o sindicato, “de um repórter do G1 tentaram retirar a máscara de proteção contra bombas de efeito moral. Gustavo Maia, do UOL, e um repórter fotográfico da agência O Dia também sofreram agressões.” Segundo nota da entidade, “essa prática de agressão a jornalistas está se tornando um hábito nefasto, que fere o direito à informação e espelha o ódio e o desrespeito cada vez mais presentes em determinados segmentos da sociedade. Reiteramos: o sindicato repudia e condena qualquer ato de violência contra jornalistas e demais trabalhadores, sejam agressões vindas de autoridades ou de populares, seja o abuso físico ou moral. Dar informações à população é função inerente ao nosso trabalho e um dos pilares de sustentação da nossa tão combalida democracia brasileira”.

As agressões contra Barcellos começaram quando ele terminava uma entrevista com a servidora aposentada do estado, Valéria Câmera Pacheco, de 54 anos, que tem comparecido às manifestações em frente à Alerj fantasiada de “Mulher Maravilha”. Valéria contou que era entrevistada quando o jornalista passou a ser hostilizado.

— Achei um absurdo, uma falta de respeito. É lamentável. Tinha gente bastante alterada. Fiquei muito triste. Faltou educação e caráter — afirmou Valéria.

PROTEÇÃO NO FÓRUM

Barcellos ainda tentou conversar com quem estava ao redor, mas foi cercado por um grupo de aproximadamente 30 pessoas e forçado a sair. Um pouco antes, uma equipe do programa “Profissão Repórter”, dirigido por Barcellos há dez anos, já havia sofrido represálias. Enquanto corria para os fundos do Tribunal de Justiça, a 300 metros de distância da Assembleia, Caco Barcellos foi atingido na cabeça por um cone de trânsito. Outros foram jogados na direção do jornalista. Repórteres e dois policiais que tentavam ajudá-lo a sair também foram atingidos na confusão.

— Se não correr vai apanhar mais — gritava um garoto de, no máximo, 18 anos, com o rosto coberto, arremessando diversos cones em sequência.

A agressão a Guilherme Ramalho ocorreu duas horas antes. Após entrevistar um servidor, o repórter do GLOBO teve que desviar de um soco de um manifestante. Ao correr, levou um chute na canela de outro homem. O repórter acabou perdendo os óculos na confusão.

Fonte: OGlobo

 

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