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25 de abril de 2024
Cidades em Foco
Baú

Chambinho do acordeon: voz que representa o sertão

 

 

 

 

Quando ele solta a voz, toca o coração dos sertanejos, Chambinho do Acordeon, um canto que traduz a força da cultura nordestina. Ele que fez da música nordestina um estilo de vida, e da sanfona a extensão do próprio corpo. Tem a MPB como sua ideologia musical, não penas no sentido do profissionalismo. Canta o sertão por amor e não pretende nunca se afastar das raízes culturais que o conquistou.  “É muito bom falar da cultura nordestina, eu bebo desta água pura e cristalina desde criança. E a cultura nordestina por si só, ela é muito grande, tem uma força absurda, eu só apenas mais um divulgador. Ele é muito grande, conhecida no mundo inteiro”, declara Chambinho.
Ele e a sanfona, amigos inseparáveis, um faz parte do outro, numa parceria que conquista plateia por todo o país. “Este é um instrumento que tem alma, né? O acordeon, sanfona ou gaita, como é conhecido, depende da região, desde de cedo eu me apaixonei pelo som deste instrumento. Eu acho que na barriga da minha mãe eu já escutava. Meu pai colecionador de LPs, minha mãe filha de sanfoneiro, escutando sempre os forrozinhos, animada do jeito que ela sempre foi e continua sendo. Com 12 anos eu ganhei uma sanfona, mas antes e peguei na sanfona do meu avô. Escondido. Fiz um barulhinho, mas não saiu nada, (risos). Eu vim aprender mesmo depois que meu pai comprou uma Mondiale de 80 baixos para mim. Mas, ela sempre esteve presente em minha vida” , diz o sanfoneiro.

chambinho
O sanfoneiro, filho de jaiconses, fala de sua relação com a cultura nordestina e sobre sua ideologia musical. foto: Eliésio de Castro

Paulista de nascimento, e nordestino de alma, cresceu em meio à multiplicidade de manifestações culturais, mas a do nordeste sempre falou mais alto. “morar na periferia de São Paulo me trouxe uma grande bagagem musical, lá não tinha só os nordestinos, né, os mineiros, os gaúchos. Era como se fosse um caldeirão cheio de todos os ritmos e manifestações culturais diferentes. Na escola, por exemplo, tinha os roqueiros, tinha os grupos de Hip Hop e o Hap, com suas rimas, até um pouco parecido com o Repente nordestino. Mas eu me apaixonei pelo samba e MPB”. De repente ele nos surpreende cantando e tocando Flor de lis, de Djavan, com uma voz tão forte quanto o sertanejo. Emocionando repórter e fotógrafo.
Nas raízes do sertão ele encontrou sua ideologia musical, e ganhou fama interpretando os grandes clássicos da música brasileira, principalmente as de Luiz Gonzaga.
“É uma música que tem afinco com a cultura, fala de forma poética, sem apelação”. Ele disse que se preocupa com a juventude de hoje, com as músicas que escuta porque são tão efêmeras que não se sabe se no futuro eles terão algo para recordar através das músicas, pois logo se perdem no tempo. “Mas eu sei que tem muita coisa boa, escondida, muitos artistas bons, precisando de uma oportunidade. A música marca os momentos de nossa vida, na infância, adolescência. Mas existem alguns cavalheiros da arte. Um exemplo e a Asa Branca, que faz 70 anos que foi escrita e ainda hoje emociona pessoas de todas as gerações, até mesmo as crianças”, conclui Chambinho do Acordeon.

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