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28 de março de 2024
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Coluna do Marcos Danilo: Relativizar culturalmente para não ser etnocêntrico

A existência das diversas culturas sempre foi o mote de inúmeras discussões entre aqueles que se propõem a estudar esse campo da antropologia, mas também entre aqueles que são apenas observadores do referido campo. Todos nós, que estamos inseridos em uma cultura, quer você queira ou não, estamos propícios a discutir e comparar os usos e costumes de cada uma das inúmeras existentes.

 

O que seria o relativismo cultural?

 

Esse conceito da Antropologia, se bem apreendido, possibilita a quem o detém não ser um preconceituoso cultural. O relativismo cultural não concorda com a idéia da existência de valores e normas absolutas, ou seja, que determinadas práticas e entendimentos de uma dada cultura sejam superiores e, dessa forma estendíveis aos entendimentos e práticas de outras culturas e defende o pressuposto de que as avaliações devem ser sempre relativas à própria cultura onde surgem, ou seja, só posso ter como padrão de comparação a própria cultura, jamais uma cultura externa.

 

Tendo visto o conceito de relativismo cultural é perfeitamente possível entender que o mesmo é desejável porque aquele que aprende a relativizar culturalmente é, em potencial, ágüem que respeita as diferenças dentro da própria cultura. E respeitar as diferenças é mais que desejável em época de intolerância aos mais variados grupos, seja por convicções religiosas, orientação sexual, convicções filosóficas, ideologia partidária e outras diferenciações que separam grupos dentro de uma mesma cultura.

 

E onde entra o etnocentrismo?

 

Está presente cotidianamente em nossas vidas. Talvez não percebamos, mas somos intolerantes, preconceituosos, arrogantes. Aquilo que vem do outro dificilmente nos agrada, olhamos tortuosamente e logo descartamos, na maioria das vezes sem um mínimo de exame prévio.

 

Ser etnocêntrico é conseqüência de não conseguirmos empregar o relativismo cultural. Etnocentrismo é o ato de colocar a nossa cultura como a melhor frente às outras. Tudo aquilo que existe nas culturas externas é descartável para o etnocêntrico, sem valor, digno de pena ou nojo.

 

Logo que vemos aquilo que é “bizarro” na cultura do outro sentimos a vontade de “ensinar” a ele a nossa maneira, como deveria ser, sendo considerado desprezível a maneira como aquela outra forma de organizar o coletivo faz.

 

Lembra que no início falei do preconceito cultural? Esse preconceituoso cultural é o etnocêntrico. E qual o meio de evitar ser um preconceituoso cultural, um etnocêntrico? Aprender e apreender o relativismo cultural.

 

 

 

 

Por Marcos Danilo / Portal Jacobina.com

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