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19 de abril de 2024
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Congresso das Cidades: gestor tem que quebrar paradigmas diz ex-prefeito de Maringá

O ex-prefeito de Maringá (PR), Silvio Barros, o primeiro a ser reeleito na cidade, fez hoje palestra no Congresso das Cidades. Com muitos diálogos, exemplos práticos e conselhos objetivos, o ex-gestor levou experiências de sucesso ao evento e contou como transformou Maringá na cidade considerada a melhor do Brasil para morar.

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A convite do Sebrae, Barros iniciou sua palestra destacando a situação conflituosa em que os prefeitos atuais se elegeram: escassez de recursos para os municípios, percepção negativa do eleitorado quanto aos políticos e altas expectativas da população quanto às soluções para as demandas das cidades.

Ex-prefeito de Maringá (PR), Silvio Barros, o primeiro a ser reeleito na cidade, fez hoje palestra no Congresso das Cidades.

Ele foi enfático ao dizer que depende apenas dos prefeitos melhorar a relação com a população. Segundo ele, apesar das dificuldades, ser prefeito pode ser muito gratificante.

“Eu acredito que recebemos uma missão divina quando nos tornamos prefeitos, porque temos a possibilidade de mudar vidas. Quando alguém lhe agradece por finalmente poder colocar o carro na garagem, depois de anos com a rua em situação deplorável, tudo vale a pena. Mesmo que ninguém lhe diga ‘obrigado’, você sente a energia da gratidão”, declarou.

Ex-prefeito de Maringá (PR), Silvio Barros, ao lado do prefeito de Massapê do Piauí, Chico Carvalho.

O ex-prefeito deu um recado, também, aos secretários. Segundo ele, é preciso que os prefeitos recebem mais opções de soluções do que problemas. E, aos prefeitos, disse que é fundamental saberem escolher suas equipes. “Era aquela pessoa que precisava daquele cargo, ou aquele cargo que precisava daquela pessoa?”, questionou.

Barros disse que é preciso, para uma boa gestão, adaptar a cidade a tendências globais, como a mudança no perfil demográfico já apontado pelo IBGE para cada município brasileiro; inclusão de tecnologias na administração e mudanças climáticas, por exemplo.

Ele falou ainda sobre a importância de saber identificar os reais problemas da cidade. “Nem todo investimento em saúde vai resolver o problema de saúde”, explicou.

Uma outra solução indicada é não apenas a fiscalização por parte da sociedade civil, mas ações em conjunto e parceria. Em Maringá, por exemplo, a sala de licitações da prefeitura não possui portas. O objetivo é que as pessoas sintam liberdade para entrar e acompanhar os processos, fazer uma gestão participativa de verdade.

Ele deu o exemplo dos kits escolares infantis. Inicialmente comprados prontos, os kits começaram a ser produzidos personalizados com informações da prefeitura e o material usado colaborou com a coleta seletiva e reciclagem: as capas são de garrafas pet.

Outra ação considerada por ele fundamental é o incentivo às micro e pequenas empresas. Um dos pontos chave, segundo ele, é garantir o pagamento em dia. Depois, ouvir as necessidades dos empreendedores. “Conseguimos gerar 10 mil empregos em quatro anos, perguntando o que eles precisavam para gerar mais empregos. Eles nos pediram muito pouco e conseguimos atender”, disse.

Na educação, ele deu dicas simples: a contratação de professores deve incluir, na seleção, avaliação de desempenho com tecnologias. “Professores que são contra o uso pedagógico do celular em sala de aula vão dar trabalho. Lutar contra o celular é impossível e uma decisão burra. Vocês vão gastar mais para capacitar e mudar a cabeça desses professores. Adequem os editais de concurso, é mais barato e mais simples”, disse.

Ele citou ainda um dos projetos mais bem sucedidos na área da saúde e levado para todo o país: as academias populares. Segundo ele, o objetivo é garantir que os atendimentos de saúde aconteçam somente quando realmente necessários, prevenindo problemas graves – mas evitáveis – de saúde.

Por fim, Barros falou sobre a importância de garantir ações justas para a população, observando as demandas específicas de cada grupo. Para ele, é importante que os prefeitos não sigam as mesmas regras de gestão que os anteriores.

“É preciso quebrar paradigmas para mudar a realidade das cidades. Fazendo tudo igual, não vai haver mudanças”, pontuou.

 

 

Fonte:CidadeVerde

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