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18 de abril de 2024
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Covid-19: mais de 160 profissionais de Enfermagem foram afastados no Piauí

Foto: Assessoria/CorenPI

Pelo menos 160 profissionais de Enfermagem foram afastados das suas atividades profissionais devido contaminação pelo novo coronavírus. A ausência de planos de contingência por parte de algumas instituições e a ausência de equipamentos de proteção individual foram alvos de fiscalização por parte do Conselho Regional de Enfermagem do Piauí.

“Nós pedimos o Plano do Contingência para justamente quando o profissional tiver que se afastar ter outro em seu lugar, mas muitas instituições não pensaram que iria ter essa grande baixa de profissionais. Tem instituição que a UTI toda se contaminou em um plantão: foram quatro técnicos de enfermagem e uma enfermeira. Tive uma denúncia que um hospital de Teresina colocou uma equipe para trabalhar 12 horas seguidas”, disse a  presidente do Conselho Regional de Enfermagem no Piauí, Tatiana Melo.

Além desse afastamento, Tatiana Melo fala das denúncias recebidas pelo conselho em relação aos condições de trabalho dos profissionais, como a insuficiência da quantidade de equipamentos de proteção individual. Ela conta que mais de 200 instituições já foram fiscalizadas desde o início da pandemia no estado.

“Temos recebidos muitas denúncias desde o início da pandemia com relação a falta ou a inadequação dos equipamentos de proteção individual. (Os hospitais) têm realizado muita compra ou recebido doação de material feito artesanalmente, que precisa passar pelo crivo de um técnico. A gente fiscalizou um hospital do Estado do Piauí onde as máscaras e os equipamentos de proteção facial, que é o protetor facial, estavam causando lesão de pele nos profissionais de enfermagem. Tem hospital dando ao profissional só duas máscaras cirúrgicas para um plantão de 12 horas, se (o profissional) suar a máscara perde sua eficácia”.

Sobre os equipamentos, a presidente alerta que, muitas vezes, o hospital até os têm, mas não são entregues em quantidade suficiente aos profissionais de Enfermagem. A presidente do Conselho acrescenta que a entrega limitada e o não acesso livre aos equipamentos de proteção, segundo relataram os diretos dos hospitais a ela, aconteceram porque muitos produtos estavam sumindo do almoxarifado.

 “A nossa grande preocupação é que não chega até o profissional. Os locais estão com tanto medo de faltar que não estão protegendo os nosso profissionais. Nós chegamos em um hospital do interior que tinha várias caixas trancadas na sala da diretora e, na noite, faltava luva para o profissional atender o paciente. Os pacientes agrediam o profissional porque não tinha como ele atender sem luva. Se for pra ficar trancado na sala da direção. Então, que fique um profissional 24 horas por dia para fornecer os produtos quando necessário”.

Durante as fiscalizações, Tatiana Melo também observou a fala de organizações entre o fluxo de pacientes e profissionais. Ela conta que a área de permanência dessas pessoas precisa ser isolada das demais áreas do hospital ou instituição de saúde.

“Nós tivemos um óbito de uma técnica de enfermagem, mas ela já se encontrava afastada do trabalho desde o início da pandemia. Então, óbito na assistência, graças a Deus, a gente não tem nenhum, mas a gente está incansável na fiscalização para que a gente consiga manter a qualidade e a quantidade de equipamentos necessários para que os nossos profissionais possa atuar com segurança tanto para si como para os pacientes também”

Tatiana Melo ressaltou que a fiscalização constatou que os profissionais das áreas da Covid-19 nas instituições de saúde possuem todos os equipamentos de proteção individual enquanto os atuantes nas demais áreas ficam mais expostos à doença.

‘Nas áreas Covid têm todos os equipamentos de proteção, nas outras têm mal a máscara para se proteger. Hoje nós sabemos que a infecção é comunitária: um profissional que está doente pode passar para outro profissional. Nós temos instituições de Teresina em que os profissionais que estão adoecendo não são os que estão prestando assistência direta ao paciente com Covid, e sim os profissionais que não estão com essa assistência direta porque não tem o equipamento de proteção completo como os outros”.


Foto: Assessoria/CorenPI

Fonte: Carlienne Carpaso / CidadeVerde

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