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29 de março de 2024
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Delegada Vilma registra 1º boletim de homem vítima de violência doméstica em Teresina

A delegada Vilma Alves registrou, pela primeira vez, um boletim de ocorrência de um homem vítima de violência doméstica em Teresina. Ela disse em entrevista que a vítima não chegou a ir até a delegacia e que, em toda a sua carreira em frente à Delegacia Especializada da Mulher, esse foi o primeiro registro assinado de um homem sendo agredido pela companheira.

“Pra mim esse fato é inédito, de um homem sendo agredido pela mulher. Uma reflexão se faz disso, também neste caso, pois ele brigou com  a mulher e ela foi mais valente e chegou a lesionar ele”, relatou a delegada.

Para ela, “os direitos são iguais” , pois houve uma violência, e, por isso, foi pedido a requisição do exame de corpo de delito à vítima.

“A nossa obrigação é encaminhar todo o procedimento para que ele fosse fazer o exame. No meu ponto de vista, ao longo de toda a minha história na delegacia e de todo esse movimento de agressões, de que só a mulher que sofre, apanha e é morta, e vê um homem nessa situação eu acho que é inédito. As coisas estão mudando”, comentou Vilma.

Para a delegada, os homens estão tomando uma coragem de pedir socorro, pois eles sofrem a agressão das companheiras, mas evitam denunciar para não se expor diante da sociedade por receio de ser alvo de piadas machistas.

“Eles estão saindo da condição de Jabuti, que é só andando de cabeça pra cima, mas agora estão encorajados, assumindo o comportamento de homem, e não de machista. A gente sabe que os homens são agredidos, mas eles não têm coragem denunciar porque acham que vão ser criticados pelos outros colegas. Esse caso é único, mas pode servir para encorajar outros. Essa denuncia é positiva e vem a mudar o conceito de machismo.”

Os homens vítimas de violência doméstica devem procurar a delegacia da região onde reside para denunciar a agressão.

“As mulher não aguentam mais agressão. E a tendência é que mulheres e homens apoiarem que com violência não dá certo; é preciso ter igualdade de direito e de respeito”.

 

 

Carlienne Carpaso e Yala Sena / CidadeVerde

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