O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), descartou nesta quarta-feira (9) a possibilidade de o PT fazer parte do bloco que se une em torno de sua candidatura à reeleição. Favorito na disputa, o deputado formalizou na semana passada um acordo com o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro.
Petistas, no entanto, se disseram surpresos com a posição, já que as negociações de apoio estavam em curso.
A declaração de Maia foi dada ao jornal O Globo. Ele se encontrou nesta quarta com deputados do PSL, preocupados com uma possível aliança do parlamentar com o PT.
“O PSL disse que não toparia bloco com PT, apenas reafirmei isso”, disse Maia à reportagem.
Lideranças da bancada petista, que será a maior da Câmara, com 56 parlamentares, afirmam reservadamente que o deputado havia sido informado de que o partido planejava tomar uma decisão sobre o apoio na segunda (14).
A sigla negocia uma aproximação com outros candidatos –principalmente Arthur Lira (PP-AL), que tenta viabilizar um bloco de oposição com o MDB.
A legenda de esquerda estava dividida entre um grupo de discurso mais ideológico, contra a aliança com Maia, e outro mais pragmático, que não quer cometer o mesmo erro de 2015, quando o partido teve seu candidato derrotado por Eduardo Cunha (MDB-RJ) –que trabalhou contra o governo até abrir o processo que culminou com o impeachment de Dilma Rousseff.
Agora, o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), afirmou que a prioridade da sigla é se articular com os partidos da oposição. “Queremos discutir uma agenda, que é a independência do Poder Legislativo em relação ao Poder Executivo”, diz.
A eleição na Câmara ocorre em 1º de fevereiro. O comando da Casa tem importância, entre outras coisas, por formar a linha de sucessão presidencial e por ter poder de definir a pauta de votações consideradas cruciais para o governo, como a da reforma da Previdência.
A bancada do PT pode ajudar a definir se haverá ou não segundo turno. Hoje, Maia tem o apoio de partidos do centrão como PRB, Solidariedade, PR e Podemos, além do PSL de Bolsonaro. Como a votação é secreta, no entanto, não é possível afirmar que todos os deputados desses partidos darão seus votos ao candidato escolhido pela sigla.
Fonte: Folhapress