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27 de abril de 2024
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Do custo ao conforto no Piauí Fest Music: do estacionamento de R$ 20 ao uísque de R$ 1 mil

Entretenimento custa caro em Teresina. Isso não é novidade. Mas cada vez mais busca-se um jeito de conseguir “arrancar” mais de quem está disposto a consumir. Divertir-se em um evento como o Piauí Fest Music, então, nem se fala. Os custos começam logo que chega: “É R$ 20, pra ficar até 7h da manhã”, disse o homem que entrava na frente dos carros, apontando para a entrada de um terreno, que agora funcionava como um estacionamento, devido ao grande fluxo de veículos na primeira noite do Piauí Fest 2015.

De um lado e do outro da pista, próximo a Arena Teresina Shopping, muitas barracas e vendedores ambulantes, cadeiras na pista, carros com sons gigantescos parados e pessoas aglomeradas em sua volta. A fila de automóveis quase não se movia. É preciso paciência.

O trânsito é semelhante na entrada da arena, no entanto, de pedestres. Carrinhos com isopor, armazenando bebidas, vendedores de balinhas e de bonés e copos personalizados – todos eram do Wesley Safadão – tomavam boa parte da passagem.

PREÇOS DOS CAMBISTAS

Ainda se aproximava das 22 horas. Apenas Anderson Rodrigues havia se apresentado e alguns cambistas já vendiam abadás – camisas padronizadas que sevem como ingresso – abaixo do valor inicial. “Pista R$ 40, camarote [Schin] R$ 100, cada” falavam. Bastava ouvir um “não, está caro”, que logo perguntavam: “paga quanto?”. Quem comprou, não pôde ir e quis vender, provavelmente teve prejuízo. Quem deixou para adquirir na hora, se deu bem.

Até meia noite poucas pessoas ainda estavam no local / Foto: Vitor Sousa/O Olho

Até por volta de meia-noite era pouco o número de pessoas que estavam no local. Apenas no show da banda Harmonia do Samba, antecedente ao de Wesley Safadão – principal da noite – deu para perceber a proporção do evento.

Apesar do estilo “micareta fora de época”, o comportamento das pessoas não é diferente de qualquer outra festa na capital do Piauí. Meninas em sua maioria com roupas que delineiam belos corpos, cabelos “bem feitos”, maquiadas. Homens com estilos mais variados. Quase todos com copos nas mãos, grupos formavam círculos em volta de garrafas de bebidas. Nem sempre dava para proteger. Volta e meia alguém chutava uma ou outra e quebrava as garrafas.

As bebidas alcóolicas variavam de R$ 5 – cerveja em lata – a R$ 1.100 – Whisky Royal Salute, o litro. O preço parecia não fazer muita diferença. “Do meio pro fim”, como se diz, muitas pessoas já aparentavam estar sob efeito demasiadamente elevado de álcool. Alguns sequer aparentavam ter idade para consumi-las. Caso você não quisesse colocar as garrafas no chão, e correr o risco de “perdê-las”, era preciso desembolsar mais R$ 50, por uma simples mesa de plástico, que garçons carregavam na cabeça, de um lado para outro.

A banda Oito7Nove4 também se apresentou neste sábado / Foto: Vitor Sousa/O Olho

RECLAMAÇÃO POR BANHEIROS

A ingestão de bebidas faz com que as pessoas busquem o banheiro com maior frequência. Nesse ponto muitos reclamavam no front stage, diretamente para mim – com o colete de imprensa, diferente dos demais, pensavam que eu fosse da organização. “Pagamos mais caro e só tem banheiro lá?!”, apontavam para a pista.

E por falar nessa divisão, dentro da área do show, percebe-se que há algum tempo que ela está mudada. Na arena eram pista, no fundo, front stage no meio, e área VIP na frente do palco, com acesso apenas pelos camarotes, que ficavam nas laterais, em espaços elevados. Antes o front stage, seguindo sua tradução do inglês, ficava na “frente do palco”. De acordo com o “privilégio” de cada uma, o valor muda.

Áreas eram separadas por estruturas de ferro / Foto: Vitor Sousa/O Olho

ROUBOS NO PIAUÍ FEST

Os banheiros não eram a única reclamação. Pessoas relataram terem sido roubadas, em meio ao tumulto. Como uma jovem, que contava que abriram sua bolsa e tiraram seu celular, quando passava pelo acesso entre o “front” e a pista. Também foi possível ver a cena quase se repetir, quando eu saia do evento. Uma mulher deu um tapa firme na mão de um homem, que tentava abrir sua bolsa. Ele rápido se infiltrou na multidão.

Já passava das quatro horas da manhã, o show de Wesley tinha encerrado a cerca de meia hora. Em uma passagem rápida pelo espaço saúde, ainda dentro da arena, foi possível ver uma ambulância ser impedida de sair com um paciente por duas vezes. O motivo? Mais dois que chegavam carregados. Um homem desmaiado e uma menina com expressões de dor. Isso em um intervalo de menos de cinco minutos.

Saindo de vez do local, começaram a aparecer pessoa tossindo e esfregando os olhos. Vindas da mesma área de passagem entre “front” e pista. “Parece que jogaram spray de pimenta. Acho que foram policiais”, disse um rapaz, perguntado sobre o que havia acontecido.

Lá fora muitas pessoas seguiam em direção aos seus carros, algumas com aparência de embriagadas. O tumulto era igual ou pior do que na chegada. O Piauí Fest ainda não tinha acabado, nem na primeira noite, nem em sua totalidade. Hoje, 18, quem faz o papel de protagonista do evento é a cantora Ivete Sangalo.

 

 

Fonte: O Olho

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