O dólar nunca teve um preço tão alto diante do Real. Após crescentes altas, a moeda americana ultrapassou R$ 4 nesta terça-feira (22) e chegou a R$4,06 – apesar de o Banco Central ter injetado US$ 3 bilhões no mercado para tentar conter a alta. No ano de criação do Plano Real, em 1994, o governo adotou uma política de controle do câmbio e a cotação era de um para um (R$ 1 = US$ 1), mas com o fim dessa política, o dólar disparou e, em março de 1999, já valia R$ 2,16. De lá para cá, entre altas e baixas, o valor mais alto havia sido em outubro de 2002, quando o dólar valia R$ 3,95.
Bom para as exportações, ruim para quem vai sair do Brasil
Para quem já estava de viagem marcada para o exterior, o susto foi grande, mas nem tudo é notícia ruim. Há também um efeito positivo nas exportações e isso, nesse momento de recessão, faz uma grande diferença. A indústria que gasta em reais para produzir e vende em dólares é a que mais se beneficia, já que os produtos brasileiros estão mais competitivos no mercado. São exemplos as indústrias de carne, papel e celulose.
Quem ganha:
– Empresas exportadoras
– Empresas que produzem e vendem no Brasil
– Turismo Nacional
O turismo nacional também sai ganhando. Com os preços de passagens e a fatura do cartão de crédito em dólar, ficou mais caro viajar para o exterior. Além disso, a vinda de turistas estrangeiros, atraídos pelo real mais baixo, também ajuda o turismo interno.
A fatura do cartão de crédito ou pré-pago aumenta, além da cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6,38% e incerteza da cotação a ser paga. Tanto que os gastos do brasileiro no exterior caíram 20,1% no primeiro semestre, frente ao mesmo período de 2014.
Quem perde:
– Indústria importadora
– Empresas que precisam pagar dívidas em dólar
– Turistas para o exterior
– Produtos chineses
– Importadores
Do Cidade Verde