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25 de abril de 2024
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Em crise, pequenas empresas têm dificuldade de acessar linhas de crédito

Humberto Gonçalves, dono de fábrica de parafusos, porcas e arruelas, em São Paulo, relata dificuldades para conseguir crédito — Foto: Arquivo pessoal

Com produção e vendas paradas por conta da necessária quarentena para conter a pandemia do coronavírus, pequenas empresas têm enfrentado dificuldades para acessar linhas de crédito e evitar que as portas não voltem a abrir.

Governo e BNDES anunciaram programas de crédito para pequenas empresas, incluindo capital de giro e para financiamento de folha de pagamentos – mas muita coisa não tem chegado às pequenas empresas.

Com isso, pequenos empresários, como Danny Braz, Humberto Gonçalves e Marcos Berredo, enfrentam a incerteza de saber como – e se – suas empresas vão sobreviver à pandemia.

Na ponta

Levantamento feito no final de abril pelo Sindicato de Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi) mostrou que 87% das micro e pequenas indústrias não tiveram acesso à crédito e que 75% acreditam que as medidas anunciadas não estão chegando a seus negócios.

Outra pesquisa divulgada em abril pelo Sebrae apontou que a maioria (60%) dos donos pequenos negócios que já buscou crédito no sistema financeiro desde o início da crise do coronavírus teve o pedido negado. O estudo mostrou também que ainda há bastante desconhecimento dos empresários a respeito das linhas de crédito que estão sendo disponibilizadas para evitar demissões. Do total de entrevistados, 29% afirmam não conhecer essas medidas e 57% apenas ouviram falar a respeito.

Linhas do BNDES

De todas as linhas anunciadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao longo da crise do novo coronavírus, apenas 16,7% chegaram aos empresários. Somadas, as quatro principais modalidades de empréstimo somam um orçamento de R$ 77 bilhões, mas R$ 12,9 bilhões foram dadas como executadas pelo banco.

O plano de resgate começou a ser anunciado no fim de março e os dados mais atualizados de saída dos recursos são de quinta-feira (14). Procurado, o BNDES não comentou.

A linha com pior desempenho é justamente a que teve mais recursos disponibilizados pelo Tesouro Nacional em parceria com bancos privados. O Programa Emergencial de Suporte a Empregos (Pese) reserva R$ 40 bilhões para pagamento da folha de salários de pequenas e médias empresas – R$ 34 bilhões virão do governo e R$ 6 bilhões de instituições financeiras.

Até a última quarta, foram pagos R$ 1,6 bilhão em empréstimos. Com apenas 4% dos recursos usados até o momento, o plano serviu para pagar 1 milhão de salários, segundo o acompanhamento da medida pelo Banco Central.

Além de arcar com os salários das empresas cadastradas por dois meses, o Pese tem as taxas mais vantajosas do mercado: 3,75% ao ano, o equivalente à Selic antes da última redução anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Os juros não sofrem alteração por seis meses e tem prazo máximo de 30 meses.

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