25.7 C
Jacobina do Piauí
25 de abril de 2024
Cidades em Foco
GeralInternacional

Empresa da Austrália descobre minério raro em cidade do Piauí

A empresa australiana Riverbank Resources Mineração descobriu um novo minério no Piauí, o vanádio. A secretária estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Sádia Castro, informou que a mineradora Riverbank Resources  Mineração, solicitou autorização para fazer pesquisa de minérios na região dos municípios de Anísio de Abreu e Caracol (607 km de Teresina).

O Mapa dos Minérios do Piauí do Departamento Nacional de Pesquisas Minerais (DNPM) e o Mapa de Potencialidades do Piauí, do Governo do Estado, destacam existência de minas de ferro e fosfato em Anísio de Abreu, mas não vanádio. Anísio de Abreu e Caracol ficam próximos da Bahia, onde desde 2014, é explorado o minério.

Desde maio de 2014, o Brasil se inseriu no seleto grupo de países com expressiva produção de vanádio com a abertura da mina Menchen Maracás, da mineradora Largo Resources. Sua capacidade de produção anual é da ordem de 9,6 mil toneladas de pentóxido de vanádio (equivalente a 5,5 mil toneladas de vanádio por ano), estimando que entre 80 e 90% serão exportadas.

Foto: Reprodução

Antes, o  Brasil era anteriormente importador líquido de vanádio, tendo importado 929 toneladas da liga ferro-vanádio em 2014.

A mina de vanádio de Maracás, na na Bahia,  tem uma característica especial: o alto teor de vanádio contido – 1,34%, contra 0,5% em algumas das principais minas do mundo –, garantindo um baixo custo de produção e sendo um ativo de classe mundial, o que assegura alta competitividade à empresa.

A Largo Resources  tem na Bahia  o mais moderno forno do mundo presente em uma mineradora de vanádio, com 90 metros de comprimento e 4,2 metros de diâmetro interno e capacidade de processar 1.060 toneladas de minério concentrado por dia.

Os benefícios do grau e qualidade do minério (altos teores) e do concentrado (baixos custos operacionais) são tão significativos que garantem a essa empresa, significativas vantagens de custo sobre os demais produtores em todo o mundo (estimado na ordem de US$ 2,10 por libra-peso, enquanto o preço no mercado está em torno de US$ 5 por libra-peso.

Vanádio – Foto: Reprodução

Os investimentos iniciais foram  de R$ 550 milhões,  gerando cerca de 700 empregos diretos e 2.100 indiretos e uma expectativa de receita superior a R$ 300 milhões por ano.

A vida média útil da mina do Projeto Maracás está estimada em 29 anos. Na região de mineração Capivara, a de Anísio de Abreu e Caracol, tem um enorme potencial para a expansão das reservas e das futuras taxas de produção.

Além do potencial de produção de vanádio, foram descobertas zonas que contêm camadas de cromita com sulfetos. A Largo Resources possui outros dois projetos no país, em Currais Novos (RN), de tungstênio, e em Campo Alegre de Lourdes (BA), com reservas de minério de ferro, titânio e vanádio.

Em 2013, a produção mundial do vanádio foi de 136 mil toneladas (China: 70 mil toneladas; África do Sul: 35 mil toneladas  e Rússia: 14 mil toneladas.

O mercado mundial de vanádio movimenta cerca de US$ 2,3 bilhões por ano. A mina de  Maracás é de 8% desta produção. O município de Maracás concentra a principal reserva de vanádio no Brasil.  A BMIX, da   Brazil Minerals, anunciou  a aquisição de áreas com ferro, titânio e vanádio no Piauí e em outras unidades da federação para avaliar a viabilidade dos projetos.

Em 2013, as reservas mundiais, em termos de metal contido, corresponderam a 14 milhões de toneladas, sendo que as reservas brasileiras representaram 1,27% deste total. As maiores reservas no mundo, que estão sendo lavradas, localizam-se na China (5,1 milhões de toneladas), Rússia (5 toneladas) e África do Sul (3,5 toneladas ). Em 2013, a produção mundial de minério, em termos de vanádio contido que ocorre como coproduto ou subproduto, atingiu 75.600 toneladas.

Resistente a choques e à corrosão, o vanádio é utilizado para dar aumentar a resistência das ligas de aço, reduzindo a quantidade final de aço necessário ao seu uso. A elevação do consumo específico de vanádio nos aços produzidos para construção na China poderá elevar a demanda desse insumo a ponto de alterar a dinâmica do mercado e impactar fortemente na elevação das cotações.

O maior aproveitamento do vanádio, associado ao petróleo ou a outras fontes, pode reduzir as cotações, elevando a oferta. O aproveitamento do vanádio no processo de produção da alumina é uma outra fonte que tem um potencial ainda desconhecido. A China, em 2006, consumia 20% do vanádio mundial. Em 2012, atingiu 34%, com tendência de elevação por causa da regulação dos aços utilizados na construção civil.

O vanádio também  é usado como aditivo, importante para fabricação de instrumentos cirúrgicos. Misturado com alumínio em ligas de titânio para motores de jato e células de alta velocidade. Serve ainda para fabricação de baterias recarregáveis e ímãs supercondutores.

Fonte: Meio Norte

Notícias relacionadas

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Se você está de acordo, continue navegando, aqui você está seguro, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia mais