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24 de abril de 2024
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Empresário é condenado a 50 anos de prisão por mortes do Caso Queimados

O empresário Abraão Rodrigues Viana Filho foi condenado a 50 anos e dois meses de prisão após mais de 12 horas de julgamento, na noite dessa segunda-feira (5). O conselho de sentença que integrou o tribunal popular do júri votou de forma unânime pela condenação. Segundo o promotor João Malato, da acusação, o réu alegou inocência, mas foi condenado por homicídio triplamente qualificado, sequestro e organização criminosa. Ele vai recorrer da decisão em liberdade.

Ele informou que o réu alegou inocência, mas três testemunhas ouvidas ontem e ainda a quebra do sigilo telefônico conseguiram derrubar a tese da defesa de Abraão.

“Foram ouvidas testemunhas importantíssimas, que foram o delegado Bonfim Filho, que investigou o caso, o Paulo de Tarso Vilarinho, proprietário do bar onde as vítimas foram sequestradas e Francisco Bispo, o garçom que estava no local no dia do crime”, descreveu.

O promotor comentou ainda sobre uma ligação de Abraão, no dia do crime, para o ex-coronel da Polícia Militar do Piauí, José Viriato Correia Lima, que teria comandado os crimes. Abraão seria o mandante.

“Essa ligação derrubou a tese dele, alegando inocência, de que ele não tinha nenhum envolvimento com as práticas. No dia do crime, pela manhã, eles conversaram, mantiveram contato”, declarou.

Para Malato, Abraão “orquestrou” o crime. “Ele foi o mandante, foi ele que orquestrou tudo. Ele que contatou um comparsa dele, chamado Evaldo [Macedo Cavalcante Júnior], pedindo para que levasse as vítimas a um bar da zona Leste, onde aconteceria o sequestro e em seguida a execução”, disse.

Condenação 

Abraão é o último dos seis acusados a ser condenado pelo Caso Queimados. Foragido desde 1998, quando o crime ocorreu, somente em 2012 ele foi encontrado no Rio de Janeiro e o julgamento ocorreu ontem.

O empresário foi julgado pelos crimes de homicídio triplamento qualificado – motivo torpe, emprego de meios cruéis e impossibilidade de defesa da vítima -, sequestro e organização criminosa.

Além dele, foi condenado a 40 anos de prisão o ex-coronel José Viriato Correia Lima. Foram condenados também os policiais militares Raimundo Xavier da Silva e José Correia Braga Neto. Os outros sentenciados foram Domingos de Sousa e Evaldo Macedo Cavalcante Júnior.

A defesa do empresário informou que irá recorrer da decisão e Abraão ganhou o direito de aguardar a decisão em liberdade.

O crime

O promotor Régis Marinho realizava a acusação do réu, mas precisou deixar o caso devido ao processo eleitoral. Segundo ele, o Caso Queimados ficou assim conhecido porque as duas vítimas – Hélio Araújo Silva e Einaldo Liberal Xavier Júnior – tiveram seus corpos queimados depois de serem sequestrados, amordaçados e executados com tiros na cabeça. Os cadáveres foram deixados na região da Taboca do Pau Ferrado.

O promotor disse que a motivação do crime seria um desfalque que Hélio e Einaldo teriam aplicado em uma loja de sociedade de Abraão e Correia Lima.

“O Hélio era gerante da loja e teria dado um desfalque de R$ 100 mil na loja, que era usada para lavagem de dinheiro do crime organizado e pistolagem na época. Eles então armaram um encontro e sequestraram e mataram as vítimas”, informou.

Veja detalhes do caso:

 

Maria Romero / CidadeVerde

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