Estudante de moda registra BO e diz ter sofrido injúria racial em farmácia no Piauí

Segundo a estudante, depois do estágio, ela entrou na farmácia para comprar alguns produtos e depois de pegar o que queria, ficou olhando outras mercadorias.

“Eu lembrei que tinha que pegar outra coisa e me dirigi até o local. Mexi na minha bolsa para pegar o celular, fiquei olhando as prateleiras e o celular. Normal. A gerente parou ao meu lado de frente para mim. Ela disse: ‘Você quer me contar alguma coisa? Você precisa de ajuda, quer uma cestinha?’ E eu disse: ‘Não, está tranquilo, não precisa’. E ela fala: ‘Você acha que eu não vi, mas eu vi’. E eu disse: ‘como assim?’”, relatou Ana Carolina.

A estudante disse que, neste momento, a gerente teria gritado outro funcionário pedindo para levar uma cesta para ela.

“Quando ele chegou perto, perguntei se a gerente achava que eu iria roubar e ele quis defendê-la, dizendo que eu estava equivocada. Eu disse que iria provar que não tinha nada na minha bolsa, ele disse que não precisava, mas comecei a tirar tudo o que tinha na bolsa e coloquei na cesta que ele segurava. E mostrei que não tinha nada, depois peguei minhas coisas e sai da farmácia chorando”, descreveu a estudante.

Ana Carolina disse que percebeu que tinha sofrido injúria racial depois que conversou com alguns amigos. “Eu sou negra, tenho cabelo cacheado, que estava amarrado. Mas, se fosse uma pessoa branca ela não iria fazer isso”.

Ela resolveu contar o que aconteceu nas redes sociais, recebeu o apoio de seus seguidores e descobriu uma testemunha que estava no local.

“Eu quis fazer o Boletim de Ocorrência, porque não só fui constrangida na frente de todo mundo que estava lá, como também depois que eu sai. Tinha uma pessoa lá que me conhecia, que foi tentar me defender e ela ficou falando que sabia das ‘minhas más intenções’, me difamando para quem ficou”, acrescentou a estudante de moda.

Ana Carolina registrou BO no 7º Distrito Policial, no bairro Parque Alvorada, Zona Norte. A polícia intimou as partes para uma audiência na próxima semana. A estudante disse que solicitou que a polícia pedisse às imagens das câmeras de segurança.

O delegado titular do 7º DP, Menandro Pedro, informou que vai aguardar os depoimentos para saber qual tipo de crime pode ter ocorrido.

“A Pague Menos reforça que repudia veementemente qualquer tipo de discriminação e preconceito. O respeito às pessoas – clientes, parceiros e colaboradores – e à diversidade está presente, inclusive, no Código de Ética da companhia e em seu “Manifesto de Diversidade & Inclusão”, amplamente divulgados e comunicados a todo o quadro funcional da rede de farmácias. Além disso, as lideranças são devidamente treinadas para não só darem o exemplo, mas também multiplicarem seus conhecimentos aos colaboradores. A Pague Menos informa que apura o fato para que sejam tomadas as medidas cabíveis”.