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18 de abril de 2024
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Estudo revela que 54% da população de 16 a 25 anos em Teresina têm HPV

Um estudo divulgado nesta segunda-feira (27) pelo Ministério da Saúde apontam uma prevalência de 54,3% de casos de HPV entre a população teresinense de 16 a 25 anos. Essa foi a maior pesquisa  do mundo nessa população a respeito da prevalência do HPV em pessoas dessa faixa etária.

Quatro Unidades Básicas de Saúde de Teresina participaram da amostragem com 174 jovens. Os pesquisadores entrevistaram e coletaram amostras genitais e orais para determinar a prevalência do HPV. Mais de 250 profissionais de saúde  de todo o país,entre médicos, enfermeiros e técnicos de laboratórios colaboram com o estudo.

“Há muito tempo trabalho com Saúde da Família embora todas as ações que foram feitas de prevenção, esse número nos surpreendeu. Apesar de estarmos na média nacional foi um índice muito alto e isso deve gerar desenvolvimento das políticas de prevenção”, comentou o enfermeiro Gilson Cantuária, colaborador da pesquisa em Teresina.

A nível nacional, dados preliminares revelam que 54,6% de casos de HPV foram registrados entre a população brasileira de 16 a 25 anos, sendo que 38,4% são de tipos de alto risco para o desenvolvimento de câncer. Há estados que ainda não concluíram o levantamento e os resultados finais do estudo devem ser divulgados em março de 2018.

Para o colaborador ainda é alarmante neste número a quantidade de pessoas que demonstrava desconhecimento em relação aos riscos do HPV e formas de contágio. “Dentre as perguntas do interrogatório estava essa indagação em relação aos riscos e grande parte da população revelou não ter ideia deste vírus silencioso que causa câncer na cervical”, completou Gilson.

O HPV

A infecção por HPV (papiloma vírus humano) é associada a vários tipos de câncer, principalmente ao de colo de útero, mas também de pênis, de vulva, de canal anal e de orofaringe, e é de tratamento complicado.

As relações sexuais são a principal forma de transmissão do vírus, mas ele também pode ser disseminado pelo sangue, por roupas ou objetos contaminados (como toalhas, roupas íntimas ou sabonetes), pelo beijo e durante o parto.

A doença causa feridas principalmente na região genital, mas também em outras partes do corpo, como pernas e braços. O maior perigo está nas verrugas que aparecem internamente, perto do útero, que não são visíveis e, sem tratamento, podem levar ao câncer.

Vacinação

Em junho deste ano, o governo federal anunciou a ampliação do público-alvo para a vacinação contra a doença: meninos de 11 a 15 anos agora podem receber uma dose.

“Esse ano houve uma procura tão baixa que o Ministério chegou a ampliar por um período essa vacinação. A partir de agora a ideia é traçar novas estratégias para chamar esse público para essa forma de prevenção que é tão importante. Estudos também mostram que a resposta imunológica é bem aceitável. A vacina está disponível em todas as unidades e é preciso que as pessoas procurem vacinar seus filhos”, reforça o enfermeiro.

O Estudo

A amostra do estudo foi composta por 5.812 mulheres e 1.774 homens, sendo a média de idade de 20,6 anos. A maioria das entrevistas era composta de indivíduos que se autodeclararam pardos (56,6 %), seguido de brancos (23,9 %) e pretos (16,7 %). Apenas 111 indivíduos se autodeclararam amarelos (1,7 %) e 74 indígenas (1,2 %). Essa distribuição é  a mesma observada pelo último censo brasileiro onde os grupos raciais pardo e branco representaram a maioria da população dessa mesma faixa etária.

O estudo é uma parceria do Ministério da Saúde, o Hospital Moinhos de Vento (RS), a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Universidade de São Paulo (Faculdade de Medicina (FMUSP) – Centro de Investigação Translacional em Oncologia), Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Secretarias Municipais de Saúde das capitais brasileiras e Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal.

Rayldo Pereira / CidadeVerde

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