29.1 C
Jacobina do Piauí
20 de abril de 2024
Cidades em Foco
GeralPolítica

Firmino é contra impeachment e diz que PSDB tem postura “palanqueira”

O prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), deixou claro nesta quarta-feira (23) que é contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O tucano, ao contrário de colegas da executiva nacional, disse que não há evidências de que a presidente cometeu algum crime, seja ele ligado a Operação Lava Jato ou as pedaladas fiscais.

“Duas coisas precisam ser esclarecidas: impeachment não é golpe, é uma instituição prevista na Constituição e já foi utilizado no passado, basta lembrar do caso Collor. Na minha percepção pessoal não existe questões objetivas, provas concretas do envolvimento da presidente nas questões do Lava Jato. Isso não existe. Pode ser até que apareça. A outra coisa é que as as tais pedaladas fiscais são irregularidades, mas não podem dar sustentação ao impeachment. Para a justiça tem que haver uma ponderação entre o crime e o castigo. Entre o erro e a penalidade”, defendeu durante entrevista à TV Cidade Verde.

Firmino se mostrou preocupado com a possibilidade do impeachment. Segundo ele, o processo pode levar o país a uma instabilidade institucional, além de afetar diretamente a democracia. “Tenho muita preocupação com relação a possibilidade do impeachment: pode nos levar a uma instabilidade institucional. A democracia é uma coisa muito recente na nossa história. O mais longo período de democracia é de 88 pra cá. O processo de impeachment é muito doloroso e pode ter consequências ruins para nossa segurança democrática no futuro. A baixa aprovação não é motivo para tirar o governante. Os motivos para retirar um governante são específicos e poderosos”, declarou.

O prefeito  citou tucanos que possuem seu mesmo pensamento destoante do PSDB, como o governador de São Paulo Geraldo Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Por conta disso, Firmino não poupou críticas ao seu partido, chegando a dizer que a legenda adota uma postura “palanqueira” e longe de sua história.

“O próprio governador Geraldo Alckmin e o ex-presidente FHC já falaram sobre isso que eu falei sobre o impeachment. Nós somos minoria no PSDB, que é um partido que já se manifestou pelo impeachment. A minha opinião pessoal não é essa. Não é questão de o Firmino ser dissidente, mas o PSDB tem adotado uma postura um pouco diferente da nossa história no Congresso. O PSDB está com uma postura muito palanqueira. O PSDB sempre teve compromisso maior com o Brasil do que com o discurso fácil e com demagogia e as vezes nós somos impopulares por conta disso. Então, não adianta buscar popularidade fácil. tem que falar a verdade, o que você acredita”, disparou.

Firmino citou dois exemplos de como o PSDB vem sendo incoerente no Congresso. A derrubada do fator previdenciário é um deles. “O PSDB votou contra o fator previdenciário, mas foi o PSDB que criou. A bancada tem uma postura diferente, mas para agradar o eleitorado. Tem que discutir para poder reverter sua posição. Agora não pode adotar uma posição demagógica apenas para buscar escapar do dia a dia. Isso descaracteriza o partido e sua identidade. É uma posição minha. É necessário que precisamos ter uma coerência com a nossa história e não ficar todo dia mudando de posição para agradar. De repente estão apoiando o Eduardo Cunha, depois não. Tem que ter uma postura ao longo de todo ano. Temos que agradar nosso compromisso com o Brasil. Temos que ter coragem de falar e dizer aquilo que acredita”, criticou.

O pior já passou

Firmino Filho comentou ainda a crise financeira generalizada no país e no Piauí. No caso de Teresina, por exemplo, o gestor disse que a capital deixou de receber R$ 76 milhões em recursos que não foram repassados pelo Governo Federal. Mas, segundo o prefeito, que é economista, o pior já passou.

“2016 vai ser melhor. 2015 foi de muita recessão. Teve um PIB negativo de mais de 3%, mais de um milhão de trabalhadores perderam seus empregos, falência de empresas e redução de repasses. Teresina perdeu R$ 76 milhões previstos para este ano. Tivemos que postergar inicio de obras e houve o retardamento dos recursos do governo.

Novo ministro

Para Firmino, a política do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy não era alinhada com o governo. Em seu lugar assumiu Nelson Barbosa, tido por muitos petistas como o salvador da crise. “A política de Levy claramente não estava coerente com a postura do Palácio do Planalto e não avançada. Essa crise tem um componente político sim, mas também não é só a política, existem outras ações que só dependem do governo. É uma crise que está acima do esperado. A entrada do novo ministro vai fazer que nós possamos enfrentar, de forma mais forte, a recessão aí posta. Acredito que não vai ter uma prioridade tão grande ao combate a inflação e sim o combate a recessão. A continuidade do Levy seria danosa a economia”, finalizou.

Eleições 2016

O diálogo vai ser o principal meio que prefeito irá usar para aglutinar aliados em 2016. Segundo ele, o objeto é construir uma base que tenha compromisso com suas ideias.

“Vamos dialogar com todos os partidos que compõem a nossa base de sustentação e outros partidos do nosso ciclo político. Vamos buscar todo mundo para conversar e construir uma base que tenha coerência e compromisso com as ideias que defendemos”, finalizou.

 

Do Cidade Verde

Notícias relacionadas

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Se você está de acordo, continue navegando, aqui você está seguro, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia mais