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19 de abril de 2024
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Golpes na internet: veja as fraudes mais comuns que acontecem no Piauí

Acesso internet celular - foto reprodução

M.A., de 67 anos e é aposentada. Ela perdeu R$3 mil em um golpe via WhatsApp. Pode parecer maluquice, mas é mais comum do que se imagina. E o caso dela é mais um de vários que acontecem no Piauí e em todo o Brasil. Os golpes virtuais estão cada vez mais comuns. Foi tudo muito rápido. “Tenho costume de fazer transferências para meu filho. Ele às vezes pede dinheiro emprestado. Enfim, coisa de mãe. É um cuidado que a gente mantém. Então ele mandou mensagem de um número, usando a foto dele com o cachorro e o filho, pedindo o valor e uma conta da Caixa, que eu nem uso. Perguntei se não poderia ser na que eu já tinha e ele disse que não porque estava bloqueada. Caí feito um patinho. Na hora nem pensei em ligar pra ele para saber se era verdade”, lembra.

O dinheiro não foi devolvido. “O banco disse que não poderia fazer nada. Eu depositei por livre e espontânea vontade e que deveria buscar a polícia. Fiz um b.o. e até hoje aguardo uma resposta. Mas não tenho muita esperança, não. Agora eu digo: vão-se os anéis, ficam-se os dedos. Não vou morrer por causa disso e Deus vai prover mais para mim”, reconhece.

Já J.M., de 69 anos, também é aposentada e conseguiu se sobressair do chamado “golpe do falso motoboy”. “Eles me ligaram à noite dizendo que meu cartão havia sido clonado. Com uma estrutura impressionante, com mais de três telefonistas, eles ligaram duas vezes com essa história. Na terceira diziam que um motoboy do banco viria pegar meu cartão, que eu só precisaria dobrar ele no meio, sem danificar o chip.Rapidamente me informei do golpe. Quando ligaram de novo mandei ir para o inferno. Troquei minhas senhas pelo princípio da precaução”, disse.

Aposentados com idade acima dos 60 anos são as principais vítimas dessas quadrilhas que agem em todo o Brasil. Ciente da crescente de casos como esse, o Jornal Meio Norte procurou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para indicar quais os golpes mais comuns e qual a dica para não cair neles.

Falso Funcionário do banco

O fraudador entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco ou empresa com a qual o cliente tem um relacionamento ativo. O criminoso informa que há irregularidades na conta ou que os dados cadastrados estão incorretos. A partir daí, solicita os dados pessoais e financeiros da vítima. Com os dados em mãos, o fraudador realiza transações fraudulentas em nome do cliente.

Sendo assim, a dica é o cliente sempre verificar a origem das ligações e mensagens recebidas contendo solicitações de dados. É importante ressaltar que o banco nunca liga para o cliente pedindo senha nem o número do cartão e também nunca liga para pedir para realizar uma transferência ou qualquer tipo de pagamento. Ao receber uma ligação suspeita, o cliente deve desligar, pegar o número de telefone que está no cartão e ligar de outro telefone para tirar a limpo essa história.

Phishing ou pescaria digital

O phishing, ou pescaria digital, é uma fraude eletrônica cometida pelos engenheiros sociais que visa obter dados pessoais do usuário. A forma mais comum de um ataque de phishing são as mensagens e e-mails falsos que induzem o usuário a clicar em links suspeitos. Também existem páginas falsas na internet que induzem a pessoa a revelar dados pessoais. Os casos mais comuns de phishing são e-mails recebidos de supostos bancos com mensagens que afirmam que a conta do cliente está irregular, ou o cartão ultrapassou o limite, ou que necessita revalidar seus pontos nos programas de fidelidade, atualizar token ou, ainda, que existe um novo software de segurança do banco que precisa ser instalado imediatamente pelo usuário.

Então a recomendação é sempre verificar se o endereço da página de internet é o correto. Para garantir, não clique em links: digite o endereço no navegador. Além disso, nunca acesse links ou anexos de e-mails suspeitos. Mantenha seu sistema operacional e antivírus sempre atualizados. Sempre prefira comprar em sites conhecidos, e nunca use computadores públicos para comprar algo no comércio virtual. Não repasse a outra pessoa nenhum código fornecido por SMS ou imagem de um QR Code enviado para autenticar alguma operação. Na dúvida, fale com seu banco.

Golpe do falso motoboy

Este foi o golpe que J.M. escapou. Tudo começa com uma ligação ao cliente, de uma pessoa que se passa por funcionário do banco, e diz que o cartão foi clonado, informando que é preciso bloqueá-lo. Para isso, diz o golpista, bastaria cortá-lo ao meio e pedir um novo pelo atendimento eletrônico. O falso funcionário pede que a senha seja digitada no telefone, e fala que, por segurança, um motoboy irá buscar o cartão para uma perícia. O que o cliente não sabe é que, com o cartão cortado ao meio, o chip permanece intacto, e é possível realizar diversas transações.

Então fique atento! Nenhum banco pede o cartão de volta ou envia qualquer pessoa ou portador para retirar o cartão na casa dos clientes. Então, desligue o telefone e ligue, de outro aparelho, para o banco, para verificar se realmente houve alguma irregularidade.

Golpe do falso leilão

O fraudador envia um link à vítima que simula um falso leilão. Para que possa ser dado um lance, a vítima tem que preencher formulários com seus dados pessoais e financeiros ou depositar um valor na conta do fraudador. Com dados como senha, número do cartão e CPF, o fraudador consegue fazer transações fraudulentas em nome do cliente.

É importante lembrar que o cliente nunca deve enviar dados, senhas e acessos a ninguém. É necessário sempre verificar a origem dos links recebidos antes de clicá-los. Além disso, deve-se verificar a veracidade do site de leilão e avaliações de outros usuários.

WhatsApp é bastante utilizado em golpes.

Esse é um dos mais comuns e fez M.A. como vítima. Os golpistas descobrem o número do celular e o nome da vítima de quem pretendem clonar a conta de WhatsApp. Com essas informações em mãos, os criminosos tentam cadastrar o WhatsApp da vítima nos aparelhos deles. Para concluir a operação, é preciso inserir o código de segurança que o aplicativo envia por SMS sempre que é instalado em um novo dispositivo. Os fraudadores enviam uma mensagem pelo WhatsApp fingindo ser do Serviço de Atendimento ao Cliente do site de vendas ou da empresa em que a vítima tem cadastro. Eles solicitam o código de segurança, que já foi enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro. Com o código, os bandidos conseguem replicar a conta de WhatsApp em outro celular. A partir daí, os criminosos enviam mensagens para os contatos da pessoa, fazendo-se passar por ela, pedindo dinheiro emprestado.

Uma medida simples para evitar que o WhatsApp seja clonado é habilitar, no aplicativo, a opção “Verificação em duas etapas”  Configurações/Ajustes > Conta > Verificação em duas etapas). Desta forma, é possível cadastrar uma senha que será solicitada periodicamente pelo app. Essa senha não deve ser enviada para outras pessoas ou digitadas em links recebidos.

Extravio do cartão

No trâmite de entrega do cartão até a vítima, fraudadores furtam a correspondência contendo este cartão. Depois, ligam para a vítima se passando por um funcionário do respectivo banco informando que houve problemas na entrega do cartão. Para a resolução deste suposto problema, solicitam à vítima a senha deste cartão. Com os dados descobertos, fazem transações em nome da vítima.

Vamos ressaltar: o cliente nunca deve enviar dados, senhas e acessos a ninguém. Também nunca deve preencher formulários na internet com dados pessoais e financeiros sem verificar a origem. Caso o prazo de entrega do cartão se esgote, é preciso informar o gerente sobre o atraso.

Deliverys também são usados para fraudes

O cliente faz seu pedido via aplicativo. O entregador apresenta uma maquininha com o visor danificado ou de uma forma que impossibilite a visualização do preço cobrado na tela, sendo um valor acima do real cobrado. Só depois de algum tempo, a vítima percebe que efetuou um pagamento elevado.

O cliente deve sempre checar o preço cobrado no visor da maquininha e nunca deve aceitar maquininhas onde os valores que são cobrados não estejam visíveis. De preferência em fazer o pagamento via aplicativo e não no momento da entrega.

Fonte: Blog do Lucrécio | Meio Norte

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