Terminou no início da tarde desta quarta-feira (09), a audiência de custódia dos advogados e do empresário investigados na morte de dois adolescentes que teriam sido executados após invadirem uma residência para ter acesso à uma festa em um sítio em Teresina. O empresário João Paulo e os advogados Guilherme de Carvalho Sousa e Francisco das Chagas Sousa permanecem presos, sendo que para este último, a defesa solicitou o pedido do cumprimento da preventiva em domicílio por questões de idade [mais de 70 anos] e problemas de saúde.
José Vinicius Farias, advogado que acompanhou os suspeitos, disse que a audiência de custódia tratou apenas da legalidade das prisões em si, uma vez que não podia ser deliberado sobre a revogação.
“Como foram prisões feitas por mandados de prisão, e o próprio juiz da custódia foi o que decretou a prisão, ele obviamente não poderia deliberar sobre liberdade provisória ou algo do gênero. Quem poderá revogar será um dos juízes da causa, do Tribunal do Júri, que vão poder analisar isso posteriormente. O que foi avaliado foi a questão da integridade dos presos, se teriam sido torturados, o que não foi constatado”, explica o advogado José Vinicius.
Por ter foro privilegiado, o advogado Guilherme de Carvalho Sousa será levado para uma sala de estado maior, que pode ser o quartel da PM, do Corpo de Bombeiros, entre outros. O pai dele, o também advogado Francisco das Chagas Sousa, ficará custodiado em um desses locais até que seja definido se poderá ou não cumprir a preventiva em domicílio. Já o empresário João Paulo foi encaminhado ao sistema prisional comum.
“O senhor Francisco tem mais de 70 anos, já teve câncer e faz acompanhamento de saúde em relação a outros problemas. Em razão disso, fizemos o pedido para que fosse concedido o direito dele cumprir a prisão preventiva em regime domiciliar. Hoje ou até esta quinta-feira (10) sai o resultado desse pedido”, explica o advogado José Vinicius Farias.
Os suspeitos foram presos nesta terça-feira (08) durante investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que revelou que eles teriam combinado uma versão para que a responsabilidade criminal recaísse apenas contra um deles, que já é um idoso, além da ocultação de crimes.
Os adolescentes Luian Ribeiro e Anael Natan foram executados com tiros na nuca após invadirem a casa dos suspeitos [que fazem parte da mesma família] para ter acesso à uma festa que ocorria em um sítio ao lado. Os amigos não tinham antecedentes criminais. O caso tem gerado muita revolta.
Fotos enviadas ao Cidadeverde.com
Sobre os próximos passos, o advogado José Vinicius Farias disse que a defesa vai aguardar o resultado da perícia e o consequente fim do inquérito policial.
“De toda forma, vamos questionar o motivo da preventiva- garantia da ordem pública e periculosidade dos agentes- alegando que a fraude processual não tem muito sentido. O fato deles terem apresentado uma versão e depois mudado não atrapalhou, pois eles confessaram depois, estão colaborando, admitiram a culpabilidade. O que eles não querem, e nem nós, é que o julgamento seja feito pela sociedade, parte da mídia, e de parte da polícia com declarações que não fazem sentido”, defende advogado José Vinicius Farias.
Fonte: Graciane Sousa / CidadeVerde
