O deputado Marcelo Castro (PMDB) defendeu a adoção do modelo de lista fechada para eleições legislativas, proposto no projeto de reforma política, que está sendo discutido no Congresso Nacional. Marcelo Castro afirmou que o sistema é o mais apropriado, no momento, para ser adotado. Isso por considerar que é o modelo que mais se aproxima do sistema misto, avaliado por cientistas políticos e estudiosos como o melhor do mundo.
A lista fechada propõe uma forma de votação onde o eleitor não escolheria o candidato de sua preferência na eleição do próximo ano. Ele votaria apenas no partido, o qual seria responsável por selecionar que político assumiria a vaga. Marcelo Castro foi relator do projeto de reforma política em 2015.
“Sou a favor da lista fechada, fui relator da reforma política, a favor do melhor sistema que existe no mundo. Quem diz isso não é o Marcelo Castro, quem diz isso são os cientistas políticos do mundo inteiro. Se você pegar dez cientistas políticos e estudiosos de sistemas eleitorais e colocar em uma sala, muito provavelmente, se não forem os 100%, mas 90% vão dizer que o melhor sistema que existe é o sistema misto”, defendeu o deputado.
Marcelo Castro explicou que qualquer sistema político tem vantagens e desvantagens e que o sistema de lista fechada é o que mais se assemelha ao sistema distrital misto, sendo portanto, o mais praticável.
“Os sistemas têm pontos positivos e pontos negativos. Então quando você conjuga os dois sistemas que existem, que é o majoritário distrital com o proporcional de lista, as deficiências de um sistema são compensados pelo outro e eles vão chegar a conclusão que o melhor sistema que existe é o sistema distrital misto, que é o sistema que eu defendo para o Brasil”, esclareceu.
No entanto, ele diz que o distrital misto é “radical” e que portanto, não conseguirá aprovação para as próximas eleições. “Como esse sistema para aprovar para o próximo ano está muito difícil, porque é uma inovação muito radical, estão defendendo grandes autoridades do país. Quem defende é o ministro Gilmar Mendes, o ministro Luís Roberto Barroso e Fernando Neves, o presidentes da Câmara e do Senado, o relator da reforma política estão defendendo para 2018, a lista fechada, como uma passagem, uma transição para o sistema efetivamente melhor que nós defendemos que é o sistema misto”, disse.
Ele explicou ainda que, no sistema eleitoral brasileiro, as campanhas são individuais e, por isso, o gasto é muito alto. O parlamentar avalia que o dinheiro tornou-se definidor porque aqueles que gastam mais levam mais votos. Para ele, esse sistema precisa ser modificado. Marcelo Castro defende o financiamento público e campanhas feitas por meio de listas partidárias preordenadas.
A Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) vai realizar uma audiência pública na próxima segunda-feira (3) para tratar da reforma política. O deputado federal Marcelo Castro (PMDB) já confirmou presença no evento, que será realizado às 11h no plenário da Casa.
Lyza Freitas / CidadeVerde
