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20 de abril de 2024
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Marcelo Castro diz que delação da JBS é ‘fim da linha’ e João Henrique reage

O presidente e o vice-presidente do PMDB no Piauí divergem em relação a delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do frigorífico JBS.

Divulgada ontem (17), a delação revelou uma gravação em que o presidente Michel Temer (PMDB) aprova a compra do silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que ele foi preso na operação Lava Jato.

Enquanto o presidente do PMDB no Piauí, o deputado Marcelo Castro, afirma que o Brasil se encontra em uma situação de “altíssima gravidade” e chegou “ao fim da linha”, o presidente do Conselho Nacional do Sesi e vice-presidente do PMDB no Piauí, o ex-ministro João Henrique Sousa, prefere ter cautela, além de declarar que Temer está tranquilo e trabalhou normalmente nesta quinta-feira (18), um dia após o conteúdo das gravações virem à tona no país.

Marcelo Castro defendeu ainda a urgente reforma política enquanto João Henrique discute a apuração detalha das circunstâncias em que ocorreu a gravação envolvendo Michel Temer, que assumiu a presidência após o impeachment de Dilma Rousseff (PT) por ter cometido crimes de responsabilidade na condução financeira do governo. O impeachment foi aprovado por 61 votos a favor e 20 contra. Não houve abstenções.

“Nós estamos entrando em uma situação de altíssima gravidade. O Governo Temer não conseguiu ter a aprovação mínima da opinião pública. Nós chegamos ao fim da linha. Quem acreditou que a delação da Odebrecht era o fim do mundo, enganou-se. Agora que é. Eu julgo que em um clima como esse só temos uma reforma que poderá prosperar; que é a política. Uma reforma política, isso sim que é necessário”, defende Marcelo Castro em entrevista ao Jornal do Piauí.


Ex-ministro João Henrique Sousa

Também em entrevista ao Jornal do Piauí, João Henrique Sousa declarou que está em Brasília e não existe a possibilidade renuncia de Michel Temer. Desde ontem, manifestações estão ocorrendo em todo país pedindo que Temer renuncie ao cargo e que seja realizada eleição direta.

“Na realidade, o que aconteceu foi uma frase dentro deu um contexto que foi depreciado. É preciso saber quando o presidente colocou essa frase. Não ficou claro. Isso cria um desconforto. É preciso que se apreciem os acontecimentos”, disse o presidente do Conselho Nacional do Sesi.

Já a senadora Regina Sousa comentou o acontecimento afirmando que a delação dos irmãos donos da JBS foi diferente das outras.

“Essa delação ocorreu como deveria ter ocorrido todas as outras. Primeiro, teve investigação. A Polícia Federal acompanhou. Então, não há como contestar e dizer que não é verdadeira, pois já foi uma coisa da própria Polícia Federal; apesar dos depoimentos terem sido dos empresários a polícia acompanhou”, ressaltou.

Rodrigo Martins se posiciona

O deputado federal Rodrigo Martins descreveu o impacto das delações na Câmara Federal como “um clima de funeral”, nesta quarta-feira (17). O deputado acrescentou que a sessão foi encerrada de forma ‘abrupta’ e que nesta quinta, os as bancadas já começaram a se reunir.

“Fomos todos pegos de surpresa de certa maneira. Ontem os trabalhos estavam acontecendo de uma forma bem natural e tranquila, com uma votação longa e de medidas provisórias, e de repente o presidente acabou a sessão de maneira abrupta. O sentimento aqui ontem realmente é de que era um velório. O clima era de um funeral. Já hoje pela manhã muitos políticos conversando. As bancadas se reunindo tentando ver o que sobrou do terremoto com as recentes denúncias”, descreveu o parlamentar.

Ainda segundo o deputado, três pedidos de impeachment foram protocolados na Câmara Federal. “Existe por parte da oposição um desejo muito grande que esse processo seja instalado agora é difícil prever da instalação. O regimento interno da Câmara dá um poder muito grande ao presidente e só a ele cabe o direito de aceitar ou rejeitar o pedido de impeachment”, concluiu.

Rodrigo Martins acrescenta que o consenso do PSDB é de cautela em relação as denúncias. “Ninguém quer passar a mão em quem cometer algum tipo de crime e se qualquer pessoa, quer seja o presidente, ou senador, ou deputado, ou assessor tenha feito alguma ilicitude, nós entendemos que ele deva participar”, pontuou.


Deputado Marcelo Castro (Fotos: Wilson Filho)

 

 

Fonte: Carlienne Carpaso / CidadeVerde

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