18 de abril de 2024
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Médico diz que clínicas precisam reabrir para cuidar de outras doenças

O médico e gestor de hospital, George Macêdo, chama a atenção para o fato de alguns serviços de saúde não estarem classificados como essenciais durante a pandemia do novo coronavírus em Teresina. Para o especialista a visão sobre a saúde precisa ser mais ampla: é importante manter o isolamento social, prevenir a  Covid-19. No entanto, as demais doenças também precisam de cuidados especiais e os pacientes, principalmente os crônicos, de tratamento contínuo. 

A Prefeitura de Teresina expediu decretos elencando quais serviços poderiam permanecer abertos com atendimento ao público enquanto a pandemia não fosse controlada. Atualmente, clínicas e hospitais – com exceção das urgências e emergências – estão com atendimento presencial suspenso por tempo indeterminado. A medida é uma prevenção para evitar aglomerações e contato entre as pessoas.  George Macêdo entende que os “serviços de saúde são essenciais”.

“Existe uma coisa chamada de restrição cognitiva: quando a gente está em uma situação de estresse extremo, como está agora,  e fica vendo uma solução, não consegue olhar mais amplamente para as coisas. Se a gente parar para pensar as outras doenças vão desaparecer. Quem cuida das outras doenças? Os médicos! Trabalham onde? Nas clínicas e nos hospitais, não só nas urgências e emergências”, comenta o gestor.

George Macêdo esclarece que “a gente não pode ter uma visão estrita e estreita da situação, achando que tudo agora se resume à Covid-19 porque isso não é a realidade: as pessoas continuam adoecendo, tendo cada vez mais doenças psiquiatras que vão aflorar ainda mais  nessa época. Quem vai tratar? A urgência e a emergência? As pessoas pararam de ter úlcera? pararam de enfartar? cadê as outras doenças? desapareceram? É uma coisa que me causa estranheza… os serviços de saúde não estarem como serviços essenciais”, desabafa.

“Temos que ter uma visão mais ampla da saúde. Não estou falando de economia, nem como empresário, estou falando como médico. Estou preocupado com as pessoas que possuem doenças crônicas , que estão com medo de ir na urgência e na emergência, e agravando o seu estado de saúde”. 

Segundo Macêdo, o prefeito de Teresina Firmino Filho enviou um ofício ao Conselho Regional de Medicina (CRM), no dia 02 de Maio, com resposta do CRM dois dias após recebimento. Ele conta que o CRM “afirmou o óbvio: os serviços de saúde são essenciais. É uma situação difícil”.

Questionado se já entrou em contato com o comitê gestor da Prefeitura de Teresina sobre os procedimentos adotados em combate ao coronavírus, ele disse que já participou de teleconferências e chegou a elogiar Firmino Filho, mas reforça: “isolamento social é uma coisa e  parar serviço social é outra coisa”

“Eu mesmo já estive em teleconferência com o prefeito, sindicato dos hospitais, que enviou documento dessa realidade, o CRM já mandou documentação. O momento é difícil, mas a gente não pode confundir as coisas: abrir o serviço essencial que é a saúde não é ser contra o isolamento. Quero deixar claro que a grande maioria dos profissionais de saúde é a favor do isolamento, e até parabenizo o prefeito por sua posição firme”. 

 

Carlienne Carpaso

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