Moradores de comunidades rurais da cidade de Simões, a 500 km ao sul de Teresina, interditaram a ferrovia Transnordestina nesta quarta-feira (2). Eles reclamam do tratamento que estão recebendo das empresas do Parque Eólico na região, que estariam contratando pessoas de outros estados, bem como dos problemas com a energia elétrica.
De acordo com o vereador de Simões, Luciano César, a construção do Parque Eólico na região vai beneficiar muitos municípios, mas, inicialmente, tem causado transtornos aos moradores, que veem as estradas ficarem com problemas devido o trânsito intenso de máquinas pesadas, além da movimentação de pessoas ter atraído ladrões.
“Ainda temos as empresas terceirizadas, que estão contratando gente do Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará para o Parque Eólico e deixando pessoal da comunidade sem contratação”, disse.
Por conta disso, os moradores da localidade Cantinho resolveram protestar interditando a Transnordestina, impedindo a chegada das locomotivas com os materiais de construção da própria ferrovia.
A ferrovia começou a ser construída em 2006 e era pra ser entregue em 2010. Projeto prevê 1.753 quilômetros de ferrovia, beneficiando 81 municípios.
O prefeito de Simões, Francisco Dozigete Pereira, disse que a demanda por emprego na região realmente é muito grande e as empresas não estão tendo como absorver todos os trablhadores.
“É muita gente querendo emprego e não tem pra todo mundo. Só tem duas empresas trabalhando neste momento no novo canteiro. Elas já pegaram de 300 a 400 pessoas, mas são 1.500 cadastros. Vão vir outras empresas ainda”, afirmou.
Sobre o protesto, o gestor disse que a população de um povoado da região está revoltada com o tráfego intenso de veículos pesados, o que estaria danificando ruas e casas. “Tem uma construtora que está passando com as máquinas pesadas dentro do povoado, quando tem estrada para passar ao lado”, finalizou.
Fonte: Diego Iglesias / Cidade Verde
