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28 de março de 2024
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Moradores interditam trecho e paralisam obra da transnordestina em São Francisco de Assis

Cerca de cem moradores realizaram nesta terça-feira (2) uma manifestação pacífica, com o objetivo de impedir a passagem das máquinas pesadas  envolvidas na execução das obras da Ferrovia Transnordestina, no trecho que fica na localidade Barra Nova zona rural do município de São Francisco de Assis do Piauí.

Os manifestantes fecharam parte do trecho com uma cerca de arame e colocaram faixas e cartazes. Várias máquinas ficaram paradas e centenas de trabalhadores com os braços cruzados.

Usando um carro de som, os manifestantes gritavam palavras de ordem, fizeram discursos e cobraram várias reinvindicações, sendo como as principais, o pagamento das indenizações correspondentes ás áreas da faixa de domínio, divergências de laudo, apresentação das vias de acesso, indenizações pelos prejuízos causados ás famílias nas áreas fora da faixa de domínio e a realização de uma audiência pública.

Participaram da manifestação o senhor Luís Filho de Sousa Coelho presidente de Associação dos Atingidos pela Ferrovia Transnordestina (AFT), Padre Geraldo Gereon, Paulo Carvalho secretário de políticas públicas da Fetag, Maria Bêtania secretária de meio ambiente e políticas de convivência com o semiárido da Fetag, a advogada Gismara Moura Santana, presidentes de associações e sindicatos, vereadores além de atingidos pela ferrovia.

“São 80 hectares divididos em duas propriedades sendo uma com 30 hectares e outra com 50 hectares. Recebi apenas R$ 1.300,00 de indenização pela propriedade de 30 hectares. Eles não tem laudo de emissão de posse, não podem invadir minhas terras. Não vou mais permitir essa invasão. Só vamos sair daqui quando os responsáveis pela transnordestina vinherem negociar”, desabafa revoltado o senhor  Francisco João de Sousa.

Já o senhor José da Paz Rodrigues dos Reis levou para a manifestação uma garrafa pet cheia de água barrenta e suja do açude de sua propriedade. “Veja como ficou a água do meu açude. As máquinas fizeram escavações e com as chuvas o aterro e a lama foram levados para dentro do açude deixando a água que antes era limpa toda suja”, afirmou.

Os manifestantes ainda acusam a empresa que executa as obras da Transnordestina de ter quebrado a encanação da futura adutora da barragem de pedra redonda que levará água para várias localidades do município. “É fato que mais de 90%  das propriedades rurais foram divididas em duas partes, ficando uma para cada lado da ferrovia impedindo o acesso dos proprietários. Os prejuízos causados são de ordem moral, financeira e social das famílias desapropriadas”, disse a advogada Gismara Moura Santana para a reportagem do Portal AZ.

Na manifestação ficaram definidos os seguintes encaminhamentos:

As áreas que não tiverem laudo de emissão de posse serão interditadas pelos proprietários a entrada das máquinas.

As que possuem laudo emissão de posse e cujos proprietários ainda não foram indenizados, os advogados irão solicitar a suspensão do laudo de emissão de posse.

E por último a solicitação de uma audiência pública onde possam ser esclarecidos onde serão as vias de acesso.

Horas depois da manifestação, o analista institucional da Transnordestina Francisco Arthur Walker apareceu no local dizendo que não podia falar sobre o assunto e entregou para as lideranças da manifestação os contatos da assessoria de imprensa da Transnordestina.
Do Portal AZ

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