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16 de abril de 2024
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O desafio de lidar com o desconhecido: enfermeiros que trabalham por amor à sua profissão no interior do Piauí

Por Marciana Sousa / Cidades em Foco

O ano de 2020 mudou drasticamente o cotidiano dos brasileiros, com a vinda da pandemia do novo Coronavírus  as pessoas tiveram que entrar em isolamento social, ao sair de casa sempre usar máscaras e sempre que possível fazer a higienização das mãos e, como consequência de tudo isso, a preocupação maior vai para aqueles que estão na linha de frente de um hospital ou qualquer outro órgão de saúde, como é o caso dos enfermeiros que lidam todos os dias com pessoas infectadas e que cumprem o seu papel de profissional no interior do Piauí.

A disseminação do vírus está em toda parte, desde as cidades grandes até as cidades pequenas, os cuidados para com a população são os mesmos. A enfermeira Gleisiane Feitosa atua na Atenção Básica da Unidade de Saúde do povoado Baixio dos Belos, zona rural do município de Curral Novo do Piauí. Ela é responsável pela realização dos testes rápidos da Covid-19, e afirma que tem sido uma nova experiência para a sua carreira profissional.

“Já tinha habilidade na realização dos testes rápidos de HIV, Sífilis, Hepatite B e Hepatite, mas nada se compara a testagem de um paciente com suspeita de COVID-19, ou ainda pior quando o paciente já positivou e está em isolamento domiciliar e nós precisamos acompanhar o caso e testar novamente para avaliar se o paciente já pode ser liberado do isolamento ou não. É uma doença nova, em que o desconhecido acaba despertando em nós ansiedade e tensão, embora a nossa equipe venha trabalhando com toda a aparelhagem necessária, vivemos uma situação em que pessoas/pacientes sentem medo da gente, e nós sentimos medo deles”, relata a enfermeira.

Já o enfermeiro Jaime Cortez atua no Hospital Regional Justino Luz em Picos que é referência na região em recuperação de pacientes com Covid-19. Ele explica que o enfrentamento ao covid-19 está sendo uma experiência muito desafiadora para a sua carreira profissional. “Pois estamos lutando contra um vírus que ainda tem pouquíssimas pesquisas, sem vacina, sem um tratamento realmente 100% eficaz contra o vírus. Mas, diante de tudo isso, o meu coração se enche de orgulho por estar enfrentando esse vírus, para tentar salvar milhões de brasileiros”, afirma o enfermeiro.

O impacto causado pelo surgimento do novo Coronavírus desestabilizou além das famílias brasileiras, a economia, a saúde pública e também a saúde mental, toda a sociedade sofre com essa pandemia que ainda não tem tempo determinado para acabar, o que acaba causando medo na população e também nas pessoas que trabalham na linha de frente dos órgãos de saúde.

A enfermeira Gleisiane Feitosa informa que o seu maior desafio tem sido vencer o “medo” de se contaminar, e pior ainda de contaminar a sua própria família. “O alto nível de estresse também tem sido um desafio, não só pelo esforço físico, mas pelo cansaço mental e a responsabilidade que é muito grande, precisamos estar atualizados, devido ser uma doença nova que está em estudo, todo dia sai uma nova informação, um novo protocolo, e tudo isso vai gerando uma sobrecarga muito grande. Outro desafio é fazer com que a população atenda e se adeque as medidas de proteção”.

Para o enfermeiro Jaime Cortez, o maior desafio que enfrento em todo plantão é pela sua sobrevivência e pela sobrevivência dos pacientes que atende no hospital. “O medo de ser contaminado e contaminar gente de fora é meu maior desafio”, frisa Jaime Cortez.

Além de conviver com a tensão pelo risco de ser contaminado, lidam também com a preocupação de contaminar membros de suas famílias, para isso não acontecer os enfermeiros precisam tomar alguns cuidados básicos.

“Nesse momento decidi adotar algumas medidas, pois me preocupo muito com essa possibilidade de contaminar a minha família, não entro em casa com a roupa que venho do posto, já entro pelo quintal, tiro a roupa e vou direto para o banheiro, higienizo meu celular com álcool antes de entrar em casa para evitar qualquer disseminação do vírus” detalha Gleisiane Feitosa.

O enfermeiro Jaime Cortez falou que também toma seus cuidados para não disseminar esse vírus e segue todos os dias um protocolo; “antes de sair do Hospital, quando chego em casa, antes de entrar eu retiro toda a minha roupa, coloco dentro de um balde com água e sabão, não toco em nenhuma fechadura, entro para o banheiro e tomo banho de novo, após feito toda minha higienização, visto uma roupa limpa, coloco uma máscara e fico usando ela 24 horas dentro de casa”, comenta.  

O significado de enfermeiro vem do substantivo masculino e significa pessoa que se graduou em enfermagem e trabalha no tratamento das pessoas enfermas, tanto em hospitais como a domicílio e como forma de amor pela sua profissão e cuidados com a população os enfermeiros Gleisiane Feitosa e Jaime Cortez deixam suas mensagens para que a sociedade  ainda não relaxem nos cuidados com o vírus.

“Diante do cenário que estamos vivendo com um aumento expressivo dos casos do COVID-19 nos municípios vizinhos, eu quero aqui fazer um apelo para a população, pois ainda não foi desenvolvido vacina para imunização, o novo normal exige uma rotina diária de cuidados com o uso de máscaras ao sair de casa, higienizar sempre as mãos, evitar aglomerações e procurar o posto de saúde somente em casa de necessidade”, pontua Gleisiane Feitosa.

“Fique em casa por você, por mim, por nós, por todos. Um dia tudo isso vai passar, e quando tudo isso passar poderemos afirmar vencemos”, finaliza o enfermeiro Jaime Cortez.

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