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26 de abril de 2024
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Pesquisa aponta que 87% dos enfermeiros desenvolveram algum distúrbio emocional por causa da Covid-19

Pesquisadora Mariana Vastag analisa que foram identificados os indícios para as relações de vulnerabilidade quanto à ansiedade e ao esgotamento profissional — Foto: João Paulo Barbosa/Unoeste 

A pandemia do novo coronavírus impacta psicologicamente os profissionais de enfermagem do Estado de São Paulo e estabelece vulnerabilidades quanto à ansiedade e a problemas laborais.

Esta é a principal conclusão da pesquisa “O Impacto da Pandemia da Covid-19 na Saúde Mental dos Profissionais de Enfermagem do Estado de São Paulo”, realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) e pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), sediada em Presidente Prudente (SP). Os resultados foram divulgados nesta sexta-feira (18).

A pesquisa contou com a participação de 13.587 profissionais de enfermagem de todo o Estado. Dentre os resultados, foi apontado que:

  • 80% dos participantes estão em contato com casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 no trabalho;
  • 87% afirmam ter sintomas de Burnout (algum distúrbio emocional);
  • 58% apontam ter ansiedade leve, moderada ou severa;
  • 93% têm medo de transmitir a Covid-19 para as pessoas que amam; e
  • 14% estão realizando tratamento psicológico atualmente.

Dentre as principais conclusões, nota-se que o medo de ficar doente pode estar relacionado ao fato de o profissional deixar de ser cuidador e passar a ser cuidado. Também se afere que o fato de a maioria dos profissionais não realizarem tratamento psicológico pode estar relacionado à crença de que não precisam desse acompanhamento.

E não se observou o aumento de consumo de estimulantes ou medicamentos psicotrópicos, o que denota a compreensão dos profissionais de que a utilização dessas substâncias pode vulnerabilizá-los em vez de auxiliá-los neste momento.

“Consideramos que a pesquisa é um instrumento que pode nortear a mobilização do Coren-SP em prol de melhorias de condições de trabalho e que refuta a importância de um correto dimensionamento de profissional, como é preconizado. Ela também pode alertar as autoridades sobre a saúde mental da enfermagem, reivindicando criação de fluxos de atendimento e melhores condições de trabalho”, avalia o presidente em exercício do Coren-SP, Cláudio Silveira.

A pesquisadora Mariana Vastag, que é professora da Unoeste, analisa que foram identificados os indícios para as relações de vulnerabilidade quanto à ansiedade e ao esgotamento profissional.

“Com a pesquisa, é possível realizar proposições de medidas e intervenções relacionadas à promoção e à prevenção junto às instituições de saúde no que concerne à saúde mental do profissional de enfermagem”, afirma.

O levantamento foi feito de 23 a 31 de julho, em todo o Estado de São Paulo. A metodologia científica utilizou a aplicação de entrevista remota estruturada para a coleta de dados sociodemográficos e ocupacionais mediante escalas de saúde mental – Escala de Ansiedade de Beck e Escala Oldenburg Burnout Inventory (OLBI) – para identificar o impacto psicológico e as relações de vulnerabilidade quanto a ansiedade e esgotamento profissional frente à pandemia do novo coronavírus.

Fonte: G1

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