25.2 C
Jacobina do Piauí
25 de abril de 2024
Cidades em Foco
GeralPiauí

Piauiense transforma sucata em fogão a carvão e é alternativa com alta do gás

Foto: Arquivo pessoal

Uma roda de pneu, ferro para fazer grades de janelas, um cilindro de gás de geladeira, vergalhões e um fogão de cozinha. Com esses instrumentos, o metalúrgico piauiense Cícero Romão Lopes Moreira, 45, criou um fogão movido a carvão, em sua oficina em Campo Maior, a 78 km de Teresina.

A peça virou alternativa para a população local, e até de outros estados, que viu o preço do gás de cozinha subir além do que podia pagar. Este mês, a Petrobras anunciou aumento de 7,2% nos preços da gasolina e do gás de cozinha em suas refinarias. No Piauí, o botijão já é vendido de R$ 115 a R$ 120.

Segundo Moreira, as buscas pela peça completa (de três bocas, forno e churrasqueira), que custa R$ 250, estão tão aquecidas quanto no ano passado. A procura pelos fogões mais simples e mais baratos é que cresceu. Nos últimos meses, Moreira viu a procura pelos chamados fogareiros (“fogões” com uma ou duas bocas) aumentar em torno de 50%. A peça com uma boca sai por R$ 50, já a de duas bocas custa R$ 65.

“Este ano já produzi mais de 100 fogões. Estou com 20 encomendas para fazer este mês do fogão a carvão, e agora aumentaram em mais de 50% os pedidos dos fogareiros e churrasqueiras como alternativa também, devido ao aumento do gás de cozinha”, diz.

O metalúrgico garante que o fogão cozinha qualquer alimento, assa bolos, pães e outros pratos. Ele conta que já recebeu encomendas de vários municípios do Piauí, do Maranhão e também de Brasília.

Foto: arquivo pessoal

Invenção nasceu com o aumento do gás de 2015

A invenção do fogão a gás adaptado para o carvão surgiu em 2015, quando o botijão teve aumento de 15%, após 13 anos com preços congelados. “Houve um aumento abusivo naquele ano, vi que a população estava reclamando muito e tive a ideia de montar esse fogão a carvão”, conta.

A ideia veio de suas experiências em produzir grades de ferro para portões e janelas de casas, além de churrasqueiras e fogareiros. Moreira conta que precisa do fogão a gás de quatro ou seis bocas para transformá-lo em modelo a carvão. “Antigamente, se fazia usando o barro, e adaptei para o fogão de metal”, afirma.

Segundo o metalúrgico, o modelo foi patenteado em 2016. Ele produz em dois dias o fogão de forma artesanal, com ajuda de um soldador. Com a dificuldade de encontrar materiais nas sucatas e o aumento do metal, Moreira conta que tem evitado pegar novas encomendas. Ele disse que gasta cerca de R$ 130 para produzir o modelo mais completo, entre pintura, diária do soldador e compra do material.

Foto:arquivo pessoal

Inventor Cícero Romão

Cliente diz que reduziu gastos em até 80%

Gilmar Luz Moura, 41, comprou uma peça há dois meses para sua lanchonete em Campo Maior e diz que conseguiu reduzir os gastos com a cozinha entre 70% a 80%. “O preço do gás está altíssimo. Usamos dois botijões no mês na lanchonete e gastamos R$ 240. Com o fogão a carvão, gasto R$ 36 no mês”, conta.

Em Campo Maior, o botijão chega a custar R$ 120, enquanto o preço médio do saco de carvão é de R$ 18 e dura duas semanas para Moura. “Fiz um bom negócio, tenho certeza”. Elisangela Medeiros da Silva, 41, conheceu a invenção do metalúrgico e quis experimentar. Ela conta que cozinha arroz, feijão, carne, panelada, um cozido típico no Nordeste, e não tem tido problema. “Além da comida sair gostosa, ainda tenho redução de custo”, diz.

  • fogao1.jpg
  • fogao3.jpgArquivo pessoal
  • fogao4.jpgArquivo pessoal
  • fogao8.jpgArquivo pessoal
  • fogao9.jpgArquivo pessoal
  • fogao10.jpgArquivo pessoal

Fonte: Yala Sena / CidadeVerde

Notícias relacionadas

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Se você está de acordo, continue navegando, aqui você está seguro, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia mais