Quatro jovens foram presos durante a manhã desta terça-feira (12) suspeitos de operar um esquema de venda de iPhones roubados em Teresina. De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos compravam celulares que eram roubados por assaltantes e revendiam pela internet. Os presos são suspeitos ainda de clonar cartões de crédito.
Segundo o delegado Matheus Zanatta, da gerência de polícia especializada, três prisões ocorreram na Zona Leste de Teresina e uma na Zona Sul. Os suspeitos são jovens e, dois deles, incluindo um dos líderes do grupo, são estudantes universitários de engenharia civil e fisioterapia. Os policiais fizeram buscas nas casas dos suspeitos e encontraram cerca de 10 iPhones roubados e um notebook da mesma marca.
A operação está sendo deflagrada depois de 45 dias de investigação. “Sabemos que eles venderam muitos celulares. Vamos continuar investigando para saber há quanto tempo faziam isso”, disse o delegado Zanatta. Os criminosos são suspeitos de vender diversos tipos de produtos roubados, mas tinham preferência pelos iPhones.
Contato direto com assaltantes
De acordo com a investigação, um dos presos era responsável por entrar em contato com assaltantes, e com eles comprar os celulares roubados. Os outros três tinham a função desbloquear os celulares para anunciá-los em sites de venda na internet.
Os suspeitos recebiam os celulares e entravam em contato com as vítimas. Durante esse contato, conseguiam enganar os donos dos aparelhos para que passassem informações, o que possibilitavam que eles desbloqueassem os celulares. Assim, conseguiam apagar as informações das vítimas e vende-los como novos.
“A expertise deles é com a enganação das vítimas”, disse o delegado Anchieta Nery, coordenador da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática. “Eles não tinham tecnologia para quebrar a segurança técnica da marca”, explicou.
Segundo o delegado Anchieta, os suspeitos presos tinham contato rápido e direto com os assaltantes, e recebiam os celulares roubados logo depois dos assaltos. “Por exemplo, o receptador recebeu com ele um iPhone 11 roubado ontem a noite. Ele havia sido roubado 20 minutos antes. As vítimas já compareceram aqui à delegacia”, comentou.
Os criminosos vendiam ainda peças dos celulares que não conseguiam desbloquear, e tinham uma experiência ampla na comercialização de produtos eletrônicos. De acordo com o delegado Anchieta, alguns assaltantes cometiam os assaltos por encomenda do grupo.
“Tem ladrão que só rouba porque tem quem compre. Eles têm que dar um destino rápido pros aparelhos, e levam para essas pessoas, como acontece com alguns ladrões de veículos. E quem alimenta esse crime é quem compra produtos roubados”, disse o delegado Anchieta.