34.1 C
Jacobina do Piauí
28 de março de 2024
Cidades em Foco
DestaqueEconomiaGeral

Postos de combustíveis perdem 80% das vendas e demitem 3 mil funcionários no Piauí

Foto reprodução

O setor de combustíveis vem apresentando as duas faces da moeda da crise econômica que chegou com a pandemia do coronavirus: de um lado, há queda de preço, que deve empurrar a inflação para perto de zero ou até abaixo; de outro, os postos registram declínio nas vendas e incapacidade de manter a estrutura que tinham antes. O consumo de combustível caiu cerca de 80% nos meses de março e abril. Por conta da perda de receitas, as demissões já acontecem, alcançando cerca de 3 mil trabalhadores.

Segundo Alexandre Cavalcante, presidente do Sindicado dos Proprietários dos Postos de Combustíveis no Piauí, o estado conta com 1.000 postos, que empregavam em torno de 10 mil trabalhadores. As demissões estão tirando postos de trabalho de aproximadamente 30% dos funcionários – o que aponta para as cerca de 3 mil demissões. Alexandre dá o exemplo da rede que controla: lá na Mais foram 108 demissões, um quarto do total.

Alexandre Cavalcante vislumbra dias difíceis pela frente, avaliando que a crise não será superada de uma hora para outra. “Até o final de maio, os postos terão demitido um terço de seu pessoal”, diz. E afirma: “Na situação atual, estamos pagando para manter os postos funcionando”. O presidente do sindicato reclama ainda que o governo do Estado segue cobrando o ICMS como se o preço do combustível fosse o mesmo do início de março (uma média de R$ 4,60 pelo litro da gasolina comum). A maior parte dos postos hoje pratica preços entre R$ 3,89 e R$ 3,99, podendo-se encontrar valores menores. Na pior das hipóteses (litro a R$ 3,99), a queda de preço é de 13% desde março.

Brasil poderá registrar até mesmo deflação

As projeções do IBGE para o mês de abril (inflação próxima a 0%) podem ser superadas nos próximos meses. Há economistas que não descartam a possibilidade de deflação (preços em queda). Isto porque o declínio do consumo ocorre em todas as áreas. No caso dos combustíveis, eles vão ter um impacto importante no IPCA de abril, já que o setor de transporte é o grupo com mais peso no cálculo geral dos preços ao consumidor. Neste mês de abril, o preço do combustível declinou em torno de 6%; o de transporte por aplicativo 3,11%; e o aluguel de veículo, 7,68%.

Vale lembrar, os combustíveis começaram a perder valor ainda antes da crise do coronavírus se instalar de vez no Brasil, por conta do cenário internacional com grande oferta de óleo e, em seguida, o declínio do consumo. Na segunda-feira, o barril de petróleo (referência dos EUA) foi comercializado a US$ 15 – valor que é um décimo do praticado tempos atrás. A queda na cotação do petróleo ajuda a baixar o preço do combustível na bomba. Mas o coronavírus anula a vantagem e faz o consumo despencar e o desemprego subir.

Fonte: CidadeVerde

Notícias relacionadas

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Se você está de acordo, continue navegando, aqui você está seguro, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia mais