A Prefeitura de Betânia do Piauí, através da Secretaria de Assistência Social, junto às Secretarias de Saúde e Educação, realizaram, na última terça-feira (24), uma oficina com a temática alusiva ao dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O evento ocorreu pela manhã e contou com a presença dos profissionais envolvidos nas secretarias municipais.
A secretária de Assistência Social, Francilandia Coelho, destacou a questão do Maio Laranja, mês em que a temática é trabalhada. Apesar de considerar um assunto difícil de ser abordado, a secretária sentiu que precisava trazer os debates não apenas para as crianças e adolescentes, mas os pais e funcionários do município, de forma com que o problema seja enfrentado de forma correta.
“Essa realidade está aumentando cada vez mais em nosso município e eu, como mãe, senti que algo deve ser feito. É um trabalho de formiguinha que deve ser trabalhado todos os meses e com apoio dos demais órgãos, juntamente com as famílias, para ser erradicado. Pensamos em proporcionar a oficina para que cada um possa olhar para as crianças, perceber os sinais e proporcionar uma infância feliz e sem traumas”, pontuou.
As psicólogas Ivaneide Gomes, da Assistência Social, Ana Kele, da Saúde, e Joicilena Cristina, da Educação, realizaram palestras para a discussão da pauta. O evento teve continuidade à tarde, com outro grupo de profissionais do município, onde grupos foram formados para a exposição de relatos de casos e formas de cuidado.
Segundo a psicóloga Ivaneide Gomes, o momento representa a importância do envolvimento das Secretarias para travar uma luta contra o abuso e exploração do público infanto-juvenil. Para isso, optaram por proporcionar uma oficina com uma dinâmica diferente, mas que necessita do apoio integral de todos os envolvidos.
“A nossa oficina teve como objetivo principal informar o público da Educação, Saúde e Assistência Social em forma de vivência, ou seja, deixá-los trazer os seus relatos para levarmos um pouquinho da psicologia”, afirmou.
A psicóloga da Educação, Joicilena Cristina, frisou que a temática é uma questão humanitária e de sensibilidade, demonstrando a importância das ações de enfrentamento do poder público municipal, bem como os responsáveis pelas crianças e adolescentes que possam ser alvos da violência.
“É de suma importância essa ação do poder público municipal, que junta as três secretarias para poder qualificar e sensibilizar a questão do abuso sexual. Não é meramente uma questão técnica e científica, mas humanitária, onde nós somos responsáveis para estarmos sempre vigiando as nossas crianças e adolescentes”, destacou.
Comentando sobre o tabu da sociedade em não discutir a temática, a psicóloga da Saúde, Ana Kele, falou sobre a necessidade de compartilhar ideias e vivências, visando encontrar auxílio e afastar-se de inverdades que possam surgir sobre o tema para quem não está inteirado sobre a questão.
“Não podemos tratar um assunto tão importante para sociedade se não falarmos sobre e não tirarmos as inverdades que muitas vezes aprendemos durante a nossa história de vida do que pode ser um abuso. O compartilhamento de ideias e de vivência, que muitos profissionais de saúde e da educação trouxeram, pode nos dar uma base e trazer ainda mais a certeza de que, de fato, isso acontece dentro da nossa casa e precisamos procurar auxílio de alguma forma”, enfatizou a psicóloga.