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19 de abril de 2024
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Profissionais da Saúde iniciam greve no Piauí e pedem insalubridade de 40%

A greve dos profissionais de saúde teve início na manhã deste quinta-quinta-feira (25) com uma manifestação em frente o Hospital Getúlio Vargas ( HGV). Segundo o presidente do Sindicato dos Enfermeiros,  Auxiliares e Técnicos do Estado do Piauí, Erick  Ricelley, os profissionais querem que o governo cumpra acordo judicial sobre o pagamento de progressões e promoções.

Eles pedem o pagamento de insalubridade de 40% e melhoria dos Equipamentos de Proteção Individual da área não Covid-19.

“Em 2016 nós fizemos uma greve e houve uma decisão do desembargador Erivan Lopes  onde obrigava o governo a garantir as  progressões e promoções. Não aconteceu isso. Foi feita outra greve em 2019. O estado fez um novo acordo, até aceitamos parcelar em três etapas e  governo não cumpriu. Resolvemos formalizar o movimento para dizer que é inaceitável que o governo não um pra uma decisão judicial e nada aconteça. Lutamos para a lei ser cumprida. Se paga R$ 80 por 12 horas. Qualquer outro profissional recebe mais que um técnico de enfermagem por 12horas”, disse.

Os profissionais denunciam que em todo o Piaui 400 profissionais da enfermagem ja foram contaminados com a Covid-19.

“Em todo o Piauí o número oficial é de 400 profissionais. Mas sabemos que é bem mais. Existem aqueles que nem o teste conseguem fazer. E eles entram de licença e passam a receber metade do salário porque eles perdem as gratificações. É uma situação muito delicada desses profissionais”, afirma.

Profissionais denunciam, ainda, que estão sendo afetados pela falta de ônibus.

“Muitos profissionais não conseguem trabalhar sem ônibus. Eles pegam falta pelo lockdown do governo. A população sofre e o trabalhar é penalizado. Na saúde temos um 3.500 profissionais. O governo fica empurrando o serviço público para o setor privado.  Dessa maneira o governo não prepara a previdência porque não tem mão de obra jovem.  Todas essas denúncias devem ser levadas ao conhecimento da sociedade. Não é por reajuste, mas por dignidade. Hoje é  o primeiro dia. Aos poucos vai crescendo. O movimento vai crescendo e as pessoas vão aderir. É um absurdo o governo chegar aqui sem nenhuma proposta”, afirmou Erick.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Saúde (Sindespi), Geane Sousa, os profissionais que não atuam no setor Covid-19 são os mais afetados. Ela afirma que eles têm recebido EPI’s de baixa qualidade.

“Queremos qualidade e quantidade dos EPI’s de trabalho. Os maiores contaminados são da fora da área Covid. Faltam equipamentos de qualidade. Queremos 40% de insalubridade para todos. Não deve ser só para o setor covid”, destacou.

Segundo Geane, o  Adicional de Insalubridade da categoria  está congelado desde 2007. “O governo alega que não tem uma regulamentação e nós exigimos que se providencie, que regulamente a insalubridade dos servidores do Estado. O assédio moral aos servidores é generalizado e contribui para o adoecimento da categoria. Nós reconhecemos a dificuldade do momento com essa pandemia, mas o governo massacra o servidor há muito tempo e não dá mais para aguentar” desabafa a presidente do Sindespi.

A vice-presidente do Sindicato dos Técnicos e Tecnólogos em Radiologia, Fabriciane de Sousa Miranda, defende que o governo tem histórico de não pagar progressões.

“O governo tem um histórico de não pagar a progressão dos profissionais. Uma lei de 2012 não é cumprida desde então. Estamos com 12 profissionais doentes”, comentou.

O movimento  envolve os profissionais da enfermagem, radiologia, fisioterapia e saúde. Após o ato na frente do Hospital Getúlio Vargas, os profissionais farão uma passeata até o Palácio de Karnak.

Em nota, o Governo do Estado lamenta a decisão do profissionais de deflagrarem greve em plena pandemia de coronavírus. O Executivo Estadual garante que vai tomar medidas cabíveis no meio judicial e administrativo.

“O governo do Estado lamenta a decisão do Sindicato dos Enfermeiros de deflagar uma greve em meio ao maior desafio de saúde pública dos últimos 100 anos. Tal decisão pode trazer prejuízos vitais para a sociedade. Ressaltamos que todos os profissionais estão com salários em dia, que o adicional de insalubridade é pago normalmente, conforme determina a legislação estadual, e que não há falta de EPIs em nenhuma unidade de saúde, não havendo, assim, motivos para paralisação. Ressaltamos ainda que o Governo está tomando as medidas cabíveis por meio judicial e administrativo para garantir o atendimento pleno da população”, diz a nota.

Fonte: Lídia Brito / CidadeVerde

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