18 de abril de 2024
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Projeto vai produzir 600 mil mudas para ajudar no reflorestamento da Caatinga

Um projeto para produção de 600 mil mudas nativas da Caatinga, com vistas ao reflorestamento, será umas das ações empreendidas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para preservação do bioma no Piauí. A ação também beneficiará cerca de três mil apicultores das regiões de Picos, São Raimundo Nonato, Simplício Mendes, Floriano, Piracuruca, Campo Maior, no Piauí, e de Crateús, no Ceará.

Em parceria com a Federação das Entidades Apícolas do Piauí (Feapi), as mudas produzidas serão do tipo “melíferas”, isto é, que produzem néctar e pólen, substâncias utilizadas pelas abelhas para a produção de mel. Esse tipo de vegetação também suporta altas temperaturas e demanda pouca água para sobrevivência. Entre as espécies, destacam-se angico de bezerro, marmeleiro, cipó uva, cajueiro, angico e jurema.

O projeto prevê ainda a mobilização de famílias de apicultores por meio de atividades de educação ambiental para sensibilização quanto à necessidade de conservação da Caatinga, a capacitação de produtores em gestão e manejo ambiental, o cadastramento e levantamento de áreas de potencial apícola polos produtivos no Piauí, entre outras ações.

Desde 2004, a Codevasf incentiva e apoia a produção de mel em regiões do semiárido piauiense e cearense, onde há predominância do bioma. O apoio ocorre por meio de construção e reforma de casas de mel, fornecimento de equipamentos e instrumentos utilizados para a extração, captação e fragmentação do mel e, ainda, da distribuição de vestimentas adequadas e de outros materiais necessários para o desenvolvimento da apicultura. As ações contribuíram para que o estado do Piauí tenha se tornado o maior produtor de mel do país em 2016.

“A Caatinga, por ser um bioma que abrange boa parte do semiárido, tem sido o foco de muitos trabalhos desenvolvidos pela Codevasf, e as principais ações são na questão do abastecimento de água, perfuração e instalação de poços tubulares, da construção e recuperação de barreiros, já pensando na manutenção e na dessedentação dos animais tanto os silvestres e os domésticos”, destaca o diretor da Área de Revitalização da Codevasf, Inaldo Guerra.

O gerente de revitalização da 7ª Superintendência Regional da Codevasf, sediada em Teresina, Ocelo Rocha, explica que a Companhia tem dado especial atenção à Caatinga em razão de o bioma abranger praticamente toda a área de atuação da empresa. “Nossa preocupação na região é principalmente focada em manter as populações que ali residem e esclarecer que elas também devem preservar as áreas de Caatinga”, completa o gerente.

Rico em biodiversidade

O Dia Nacional da Caatinga, instituído por Decreto Presidencial em 20 de agosto de 2003, é celebrado todos os anos em 28 de abril.

Único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga ocupa cerca de 844,4 mil quilômetros quadrados – o equivalente a 11% do território nacional – e engloba os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o Norte de Minas Gerais.

O bioma abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 abelhas. Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, a maioria carente e dependente de seus recursos para sobreviver.

A biodiversidade da Caatinga ampara diversas atividades econômicas voltadas para fins agrosilvopastoris e industriais, especialmente nos ramos farmacêutico, cosmético, químico e alimentício.

Apesar da importância, o bioma tem sido desmatado de forma acelerada, principalmente nos últimos anos, devido sobretudo ao consumo de lenha nativa, explorada de forma ilegal e insustentável para fins domésticos e industriais, ao sobrepastoreio e à conversão para pastagens e agricultura.

Frente ao avançado desmatamento, que chega a 46% da área do bioma, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o governo busca concretizar uma agenda de criação de mais unidades de conservação federais e estaduais no bioma, além de promover alternativas para o uso sustentável da sua biodiversidade.

*Com informações do Ministério do Meio Ambiente

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