Sem água há seis dias, moradores da região da Socopo, Morros, Piçarreira e Morada do Sol, ameaçam radicalizar, caso o problema não seja resolvido ainda nesta quarta-feira, (23), queimando ônibus e interditando ruas e avenidas. “Se não resolver, queimando ônibus e interditando as ruas daqui, vamos fechar a Frei Serafim nos horários de pico”, grita J. H. C., líder estudantil da Socopo.
A situação de falta de água na região se agrava a cada dia. Há alguns meses faltava dia sim e dia não, mas agora há seis dias que não chega uma gota do liquido nas torneiras.
Até mesmo quem mora a dois quarteirões da Estação de Tratamento de Água, da zona leste, precisamente na Avenida Presidente Kennedy, está há quase uma semana sem saber o que é água em casa, como é o caso do professor Francisco de Assis Barreto. Ele já tem decorado todos os números de telefones da Agespisa.
O superintendente metropolitano da Agespisa, Orlando Aires, reconheceu, na manhã desta quarta-feira (23), a gravidade do problema. Explicou para a reportagem do Portal AZ que o problema ocorre devido a região ser alta e que a água chega, aos reservatórios, em quantidade insuficiente para atender a demanda. “Mas estamos fazendo manobras para tentar amenizar a situação”.
Repórter do Portal AZ: “E que manobra é essa?”
Orlando Aires: “É tirar água de onde não está faltando, de onde tem mais um pouco, e desviar para as áreas que estão sem o líquido”
Repórter: “E isso não cria outro problema, faltando água, por exemplo, onde ainda não falta”
Orlando: “De fato, cria. Mas fazemos isso a noite. Quando as pessoas, geralmente, estão dormindo e nem percebem”.
O problema de falta de água não atinge apenas a zona leste de Teresina, nem tão somente as partes mais altas da cidade. A Agespisa não investe há 8 anos no sistema de abastecimento. A população cresce a cada dia e as novas ligações acabam tirando liquido da rede já existente.