Por Edvan Oliveira – Cidades em Foco
Na manhã desta quarta-feira (04), O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica Pública do Piauí (SINTE), regional de Picos, realizou uma manifestação pela continuidade da greve que já dura 71 dias. Os professores reivindicam um reajuste de 33,24% referente ao ano de 2022, além de 17,03% relacionados a 2019 e 2020.
Segundo a Presidente do Sinte-PI, Paulina Almeida, a greve é legítima e o que a categoria busca é apenas o cumprimento da lei do piso salarial, (lei 11.738 2008), que determina que o governo estadual tem que pagar o reajuste a partir do mês de janeiro deste ano.
O percentual é determinado pelo Ministério da Educação e foi sancionado pelo presidente Bolsonaro no final de fevereiro.
De acordo com Paulina, a classe quer o reajuste de 33,24% nesse ano de 2022, e também os percentuais anteriores, mesmo que de forma parcelada. Ela declarou que vale a pena manter a greve.
“A greve continua porque nós só estamos pedindo o cumprimento de uma lei federal, que justamente foi implementada no ano de 2008 e aprovada, no sentido de diminuir a disparidade salarial no nosso país. Então a greve vale a pena porque é uma luta que nós acreditamos”, frisa Paulina.
A presidente do Sinte-PI ainda foi enfática em dizer que mesmo havendo uma determinação do Tribunal de Justiça do Piauí para a suspenção da greve imediatamente, sob pena de multa no valor de 10 mil por dia, a classe não vai parar, pois a greve é legítima.
A Professora Teresa Sousa veio de Oeiras com uma caravana para apoiar a manifestação dos docentes de Picos. Ela se diz engajada na luta e não mede esforços para conseguir o que é seu por direito.
“É muito importante esse movimento para dar visibilidade ao nosso problema. A culpa de não estar tendo aula não é nossa e, sim do governo do Estado. Por conta disso estamos aqui na luta. Estamos lutando por nossos direitos. Esperamos que com essa manifestação que aconteceu aqui hoje, haja pelo menos um chamamento para uma negociação”, finaliza Teresa.
A greve já dura 71 dias. Durante esse período estão sendo realizadas manifestações, atividades e estratégias de luta para mostrar à sociedade e ao governo Estadual os motivos da classe estar reivindicando o reajuste.
Segundo Giselle Dantas, presidente do Sinte de Picos, a intenção da manifestação foi mostrar aos pais de alunos e estudantes que o governo estadual é o único responsável pela greve.
“A intenção é, de certa forma, mostrar para a sociedade e para os pais que a greve está acontecendo não é porque queremos, mas porque o governo está negando nossos direitos. Não temos que continuar trabalhando se o governo não nos paga de forma correta. Por isso pedimos a compreensão dos pais. Se a sociedade estivesse mais engajada, talvez nós já tivéssemos conseguido os resultados”, pontua Giselle.
A manifestação em Picos percorreu as principais avenidas e ruas da cidade, com parada na praça Felix Pacheco, e encerrou com discurso em frente ao prédio da 9ª Gerencia Regional de Educação.
