33.2 C
Jacobina do Piauí
16 de abril de 2024
Cidades em Foco
GeralPolícia

Sistema prisional do Piauí entra em alerta após série de chacinas

As chacinas ocorridas durante rebeliões nos presídios de Manaus e Roraima têm deixado o sistema prisional do país em alerta. No Piauí, a secretaria Estadual de Justiça afirma que está reforçando a segurança nos presídios para evitar episódios semelhantes no Estado.

De acordo com levantamento divulgado neste sábado (7) pelo O Globo, o Piauí integra um grupo de cinco Estados localizados nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país que tem classificação tensa na rotina nos presídios.

O secretário estadual de Justiça, Daniel Oliveira Valente, disse ao Cidadeverde.com que, nas últimas semanas, foi aumentado o número de vistorias e o Governo comprou folgas dos agentes penitenciários para robustecer os plantões.

“Aqui estamos adotando providências no sentido de reforçar as guardas e também fazendo monitoramento no setor de inteligência. Consideramos a situação estável, na medida do possível. Porém, diante de qualquer informação de risco, imediatamente adotaremos protocolo de segurança”, declarou o secretário Daniel Oliveira.

As chacinas ocorridas nos presídios do Amazonas e Roraima, segundo os governos dos Estados, foram provocados por reações de facções criminosas. O secretário estadual de Segurança, Fábio Abreu, destacou que é preciso estar em alerta devido à presença de membros de grupos como o Primeiro Comando da Capital (PCC) em presídios do Piauí.

“Nós já estamos trabalhando há um bom tempo, já nos reunimos com o governador Wellington Dias, porque queremos prevenir e temos conseguido esse controle. Nosso Estado tem alguns membros dessas facções. É algo que às vezes é incontrolável, porque eles se planejam, mas no Piauí estamos acompanhando e tomando medidas para conter”, disse o secretário.

Superlotação contribui para rebeliões 

O diretor jurídico do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí  (Sinpoljuspi), Vilobaldo Carvalho, defende que a “omissão estatal fez com que as facções criminosas  tomassem de conta dos presídios”.

Para Vilobaldo, outro fator responsável por episódios de matança em presídios é a superlotação da população carcerária. De acordo com o Sinpoljuspi, a Casa de Custódia de Teresina, por exemplo, tem o triplo de detentos acima de sua capacidade.

“O Estado deve assumir efetivamente seu papel. No Piauí existem presos ligados ao PCC e ficamos em estado de atenção permanente. Enquanto não for resolvido o problema de superlotação, o sistema prisional estará fragilizado”, defende Vilobaldo.

O Sinpoljuspi também critica a estratégia de compra de folgas feita pela Sejus. “A compra de folgas é insuficiente porque os agente já trabalham em situação precária.  Para se ter uma ideia, são escalados 12 agentes por plantão na Casa de Custódia, que tem 970 presos. É uma situação insuportável de carga de trabalho”, declarou.

Por fim, o Sindicato  pede uma definição quanto ao concurso para agente penitenciários promovido no ano passado pela Sejus. O certame foi suspenso diante de suspeitas de fraudes.

 

Izabella Pimentel (especial para o cidadeverde.com)

Notícias relacionadas

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Se você está de acordo, continue navegando, aqui você está seguro, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia mais