23.9 C
Jacobina do Piauí
24 de abril de 2024
Cidades em Foco
GeralPiauí

TCE cobra explicações ao governo sobre empréstimos e empenhos no Piauí

O secretário de Fazenda, Rafael Fonteles, vai ao Tribunal de Contas do Estado no próximo dia 30. Ele foi convocado para falar sobre os pedidos de empréstimos do Estado e também para explicar o decreto anulando os empenhos e, portanto, os pagamentos do governo a prestadores de serviço e fornecedores desde o último dia 16. O secretário falará aos conselheiros do TCE a partir das 9 horas.

De fato, faz todo o sentido o Tribunal de Contas se interessar por questões tão relevantes. Já está é atrasado. O seu papel não é apenas o de fiscalizar e punir os gestores, mas também o de acompanhar os atos da administração pública e também orientá-los, quando necessário. Ou mesmo procurar corrigi-los.

Saco sem fundo

O governo tem muito a explicar. Agora mesmo, por exemplo, está solicitando autorização da Assembleia Legislativa para jogar dinheiro de empréstimos na folha de pessoal, quando essas operações de crédito são realizadas com objetivos específicos.

O ponto crítico é a folha dos inativos e pensionistas, que apresenta um déficit mensal de R$ 80 milhões. No fim do ano, a conta chega a R$ 1 bilhão. O governo tem que tirar leite de pedra para arranjar todo mês esta dinheirama, já que historicamente o Piauí não fez caixa para o Fundo Previdenciário.

Terceirizados

O governador Wellington Dias está pedindo também o aval da Assembleia para pagar diretamente os terceirizados. À primeira vista, isto é impraticável. O governo contrata empresas para prestar serviços ao Estado. Esses contratos decorrem de licitação pública. As empresas é que são responsáveis pelos salários de seus empregados, bem como pelo recolhimento das obrigações sociais.

Como o Governo do Estado quer assumir uma responsabilidade que não é dele se tem dificuldade para pagar a folha de seus próprios empregados? Quantos são, afinal, os terceirizados? Quanto o Estado gasta com eles? E como fica a Lei da Responsabilidade Fiscal?

O que se sabe é que o Estado já ultrapassou o limite prudencial da LRF. E como o governo pode assumir os salários de quem não fez concurso público e não é seu empregado?

Empenhos

Quanto à anulação de empenhos, que tanta repercussão vem causando, ela é praxe na administração pública quando não houve comprometimento da despesa. O problema é que o sistema não poderia autorizar o empenho sem a prévia existência do recurso financeiro.

Deve haver casos, no entanto, em que a despesa foi autorizada sem o financeiro e aí podemos ter duas situações: a despesa foi liquidada, ou seja, a obra feita ou o serviço prestado; ou houve só o empenho, sem a sequência. É nestes últimos casos que o governo pode anular, mas não se descarta a primeira situação.

Daí porque é oportuna e mesmo necessária a iniciativa do TCE convocando o secretário de Fazenda para dar explicações sobre essas preocupantes situações. É preciso esclarecer a opinião pública e, principalmente, os credores. A crise financeira é inegável. Mas existe também uma crise de informação.

 

Fonte:CidadeVerde

Notícias relacionadas

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Se você está de acordo, continue navegando, aqui você está seguro, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia mais