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20 de abril de 2024
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Uma pessoa pode transmitir o novo coronavírus para quase duas no Piauí, explica médica

Foto: Cadu Rolim /Fotoarena/Folhapress

A taxa de infecção do novo coronavírus no Piauí é de 1.6%, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi). A diretora clínica do Hospital Natan Portela, a médica infectologista Elna da Silva, explica que esse número significa dizer que uma pessoa pode transmitir o vírus para quase duas pessoas no estado. A médica alerta que essa é uma média de transmissão, pois uma pessoa pode ser altamente transmissora e atingir mais pessoas. Por isso, a importância do isolamento social.

“Quando você pega uma população que é totalmente vulnerável, que nunca teve contato com aquele agente infeccioso, no caso do coronavírus. O cálculo sempre leva em consideração a quantidade de casos suscetíveis, a quantidade de pessoas que já estão infectadas e a quantidade de pessoas que já se recuperaram ou tem imunidade formada”, diz a médica.

Elna da Silva cita como exemplo a China, que foi o primeiro o país a registrar casos do novo coronavírus no mundo, e a questão biológica. “No caso do coronavírus e os cálculos que foram feitos no começo por alguns países, como a China, por exemplo, que chegou a ter a taxa de infecção de 2 até 4, ou seja, uma pessoa é capaz de infectar até quatro novas pessoas porque todas essas pessoas eram virgem para o vírus, o sistema imunológico não reconhecia o vírus já que era o primeiro contato, e a população não estava imune porque não tinha vacina”, cita.

Os últimos dados da Secretaria Estadual da Saúde apontam que o Piauí está com 3.966 casos confirmados e 164 mortes. Os dados também confirma que 5.313 casos suspeitos foram descartados,  já foram feitos 30.925 testes que deram negativos e  401 pessoas  tiveram alta médica.

Fatores externos e Isolamento Social

A médica destaca que os fatores externos ao ser humano também contribuem para o aumento ou redução da taxa de transmissão da doença. “Você também leva em consideração os contatos que as pessoas portadoras do vírus podem ter. Daí a importância do isolamento social porque a gente sabe que a taxa de transmissão do coronavírus é alta, mas se eu separo as pessoas uma das outras, se elas usam máscaras, e elas ficam em casa, a gente diminui a velocidade com que isso vai acontecer. Se a gente diminui o contato a gente diminui a transmissão”.

Carga viral e Imunidade

A carga viral do coronavírus, segundo a médica, é possível ser medida por meio de estudo, mas não é feito rotineiramente. Essa carga é a quantidade de vírus que uma pessoa tem.

“A gente sabe que tem pessoas, por fator biológico, principalmente, ter uma quantidade maior de vírus no organismo do que outras, ambas tendo Covid. Isso para os vírus  de um modo geral varia com o sistema imunológico de cada um, com a capacidade do vírus de se multiplicar dentro do organismos de cada pessoa”.

Ter uma grande carga viral não significa que a pessoa poderá ter sintomas graves. “Os sintomas estão atrelados a quantidade de vírus, mas também à resposta imunológica contra aquele vírus. Muitas vezes a pessoa tem uma resposta imunológica bem menos agressiva embora tenha uma grande quantidade de vírus. Outros podem ter uma quantidade de vírus menor, mas manifestar de  maneira mais exacerbadas os sintomas”.

“Todos foram percebendo que isolar e fechar era o melhor recursos que nós tínhamos já que nós não temos uma vacinação, que seria o ideal. Vacinar todo mundo e diminuir mais a quantidade de pessoas que vão adoecer. O problema maior não é gerar  imunidade, e sim se nesse processo de gerar a imunidade quantos vão precisar de suporte? e nós teremos condições de dar esse suporte? Dos 5, 10% que vão precisar?”

Elna da Silva ressalta que os idosos, as pessoas com diabetes, que sofrem de hipertensão e/ou possuem doenças pulmonares permanecem como grupo de risco para a  Covid-19. Atualmente, a UTI do Natan Portela está quase lotada com pacientes com essa doença.

“Quanto a resposta imunológica da pessoa ao vírus:  às vezes é um jovem que tem uma resposta mais exagerada e necessitar de um suporte de saúde mais avançado, assim como nós vamos ter idosos que até tem comprometimento pulmonar pela idade, mas não ter uma resposta imunológica agressiva ao ponto de afetar a área boa do pulmão e necessitar do sistema de saúde. Se a gente pegar no todo: a porcentagem de pessoas que realmente precisa continua sendo as com idade avançada e doença base”.

Fonte: Carlienne Carpaso / CidadeVerde

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