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29 de março de 2024
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Vítima de violência doméstica pede justiça: “não quero ser uma estatística”

Foto: Arquivo Pessoal

A enfermeira de 29 anos, Helenita Vilarinho Costa, veio até Teresina pedir justiça após ser violentamente agredida pelo companheiro no município de Amarante (a 160 km da capital), onde mora.

A vítima contou que o crime ocorreu em 16 de outubro na saída de uma festa na cidade. Segundo seu relato, ela começou a ser espancada pelo marido sem nenhum motivo.

“Na saída da festa eu fui agredida covardemente, agredida sem motivo aparente, ele começou a me chutar, me bater, me espancar. Entramos no carro e eu já percebi que ele tinha mudado de humor e eu perguntei pra ele o que estava acontecendo, antes de eu terminar de perguntar ele me deu um soco e cortou meu lábio superior, eu quis descer do carro e ele pegou uma arma que estava escondida, e começou a apontar ela na minha cabeça dizendo que se eu saísse dali e ele ia me dá dois tiros, como não tinha ninguém na minha volta eu tive que ficar dentro do carro”, conta a enfermeira.

Helenita Vilarinho acrescentou ainda que as agressões continuaram ao chegar na sua residência. Na casa estava a filha do casal, uma menina de dois anos de idade, com a babá. A vítima contou que pediu para elas se trancarem dentro do quarto.

“Chegamos em casa e eu saí do carro com a arma na cabeça. Ele me obrigou a abrir o portão, quando eu abri o portão ele me colocou para dentro de casa com chute e eu continuava chorando. A moça que cuida da minha filha estava com ela na sala e pedi apenas para ela se trancar com minha filha dentro do quarto”, explica Helenita.

Foto: Arquivo Pessoal

Ainda de acordo com o relato, após as agressões, o companheiro da vítima foi dormir e deixou a arma em cima da cama. Ao perceber que ele estava dormindo, Helenita pegou a arma e escondeu.

“De tanto ele me espancar, ele cansou e foi dormir e deixou a arma em cima da cama. Quando eu vi que a arma estava em cima da cama e ele estava adormecido, eu peguei a arma e escondi”.

No dia seguinte, Helenita Vilarinho se dirigiu à sede da Polícia Militar da cidade para pedir ajuda. Ela contou que registrou um Boletim de Ocorrência contra o companheiro e que foi emitida uma medida protetiva, porém, 20 dias após a emissão da medida, o homem a perseguiu e tentou matá-la novamente.

“Quando eu fui em direção a zona rural, para a casa dos meus pais, ele perseguiu a gente, jogou o carro para cima da gente duas vezes para que fosse provocado um acidente e ele tentasse me matar”, conta.

Após essa nova tentativa, a vítima contou que realizou outro Boletim de Ocorrência e foi emitida uma nova medida protetiva. Além disso, também foi aberto um inquérito policial para investigação do caso.

“Ele quebrou a medida protetiva, ele fugiu, ninguém sabe onde ele está, e a nova medida protetiva foi de passar de 100 metros para 500 metros. Eu só quero justiça, eu tive minha integridade abalada e um caso desse não pode ficar impune, eu não quero hoje ser uma estatística de um número a mais de morte de mulheres”, finaliza.

A delegada Vilma Alves, titular da Delegacia da Mulher do centro de Teresina, explicou ao Cidadeverde.com que o caso já foi encaminhado ao Tribunal de Justiça e que cabe ao Juiz responsável seguir com as investigações e emitir um mandado de prisão preventiva.

“A Polícia Civil fez todos os procedimentos, agora já está com o Juiz, foge da competência da Polícia Civil. No caso da medida protetiva, que foi descumprida, cabe a autoridade de onde aconteceu o fato transformar em prisão preventiva”,  explica a delegada.

Sobre a dificuldade da denúncia das vítimas que moram em outros municípios do Piauí ou na zona rural, a delegada Vilma Alves reforça que a Lei Maria da Penha possui abrangência nacional e que é necessário denunciar.

“Muitas vezes as mulheres do interior não continuam com o procedimento porque há um entrave delas pela dificuldade que tem com o transporte, pela questão política, ficam intimidadas, mas a Lei tem abrangência em todo o local do território nacional, a Lei Maria da Penha é para atender as mulheres em questão de violência, seja física, psicológica, moral, então tem que ser feito o procedimento”, ressalta.

Fonte: Rebeca Lima / CidadeVerde

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