Ampliada às 11h36
A viagem para a Rússia deveria ser tranquila. Mas surgiu uma treta. E um dirigente do Piauí acabou envolvido indiretamente, mesmo que aparentemente não tenha nada a ver com a história.
Tudo começou ontem (13), em Moscou, no congresso da Fifa. A reunião escolheu a candidatura conjunta de Estados Unidos, México e Canadá como sede da Copa do Mundo de 2026.
Havia um acordo para que os países da América do Sul votassem nessa candidatura. Mas o voto do Brasil foi para o Marrocos.
Coronel Nunes, que preside a CBF desde o dia em que a Fifa baniu Marco Polo del Nero para sempre do futebol, afirmou que não votou, passou a bola para um dos delegados.
Estão na Rússia como delegados os presidentes das federações de Pernambuco, Evandro Carvalho, e do Piauí, Cesarino Oliveira.
Em reportagem de Fábio Aleixo, Camila Mattoso e Sérgio Rangel para a agência Folhapress, que produz conteúdo sobre o mundial na Rússia para o Cidadeverde.com, Cesarino disse que não votou. E ainda desmentiu Coronel Nunes:
– Ele votou errado. Estávamos alinhados para votar nos EUA, mas ele se enganou.
Ontem, Nunes, 80 anos, havia dito o seguinte:
– Não fui eu que votei. Dei para um de nossos delegados votar. Mas eu votaria mesmo no Marrocos. Ainda não teve Copa do Mundo lá, era uma chance para eles.
E a cartolagem brasileira, que já estava com filme queimado no cenário internacional, parece perder os poucos apoios que teria em uma reaproximação.
México e Estados Unidos viram o voto do Brasil com estranheza.
Claudio Tapia, da federação argentina, foi mais duro e falou em traição.
– Nos reunimos e não me parece bem quando um homem se compromete a algo e não cumpre. Sempre que me comprometi, segui a decisão.
Cesarino Oliveira certamente tinha outros planos quando viajou para a Rússia. Agora, terá de evitar ser usado como bode expiatório dessa confusão internacional. Até porque, é muito fácil por a culpa no “Piauí”.
Fernando Sarney, que é vice-presidente da CBF, já saiu dessa. Nesta quarta-feira (14), se juntou aos países vizinhos e criticou o voto de Nunes.
Fonte: CidadeVerde