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26 de abril de 2024
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Wellington Dias condena parecer e diz que entrega de mandatos é “mirabolante”

O governador Wellington Dias (PT)  afirmou, nesta quinta-feira (7), ser mirabolante a ideia de entrega de mandatos em todas as esferas visando eleições gerais em outubro como forma de resolver a crise política do país. O chefe do Executivo estadual deu a declaração durante visita a obra de reforma do Teatro 4 de Setembro. Para o petista, é opção de cada um abrir mão de seu mandato para disputar um novo pleito eleitoral.

“Se alguém quiser abrir mão dos mandatos que têm, é uma decisão de cada um. Vamos ter eleição em 2016, quem for eleito, independente de partido, de você gostar ou não gostar, é assim que diz a nossa Constituição. Quem não tem voto  insiste em ideias mirabolantes. Na minha opinião, nós temos que trabalhar para respeitar a Constituição. Não foi fácil um país como o Brasil chegar em 1988 com a melhor Constituição da história desse país”, declarou.

O assunto vem ganhando força no Congresso Nacional e tem adeptos como o presidente do Senado, Renan Calheiros. Mas, para Wellington Dias, o que Brasília precisa fazer mesmo é resolver logo a questão do impeachment seguindo a Constituição. O petista classificou como golpe a tentativa de tirar a presidente Dilma Rousseff sem ela ter, segundo ele, cometido crime de responsabilidade.

” Se a gente cair no risco de que, através de um golpe, porque não tem outro nome para isso, cassar uma presidente da República eleita pelo povo, por conta que está desgastada, você cria um precedente que é uma ameaça à democracia. Se alguém quer ganhar uma eleição tem que ser no voto, é o que diz a nossa Constituição. Tem que ter uma maioria. Se alguém quer cassar através do impeachment, é possível, mas tem que apresentar a existência de um crime de responsabilidade”, afirmou.

O governador comentou ainda o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), relator do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Para Wellington, era esperado o seu posicionamento pela saída de Dilma. “O parecer era esperado. O relator praticamente tinha, antes mesmo de começar as oitivas, as audiências, sacramentado como seria o seu voto. Por isso, não me pareceu grandes surpresas”, disse.

Com uma comissão dividida, o petista aposta no plenário para derrubar o impeachment. “A comissão é muito dividida e quem ganhar é por pouco voto. Mas quem vai tomar mesmo a decisão é o plenário. Eu avalio que cresceu na sociedade a compreensão. Eu vi esses dias uma declaração de uma atriz onde diz que não gosta da presidenta, não gosta da forma como ela governa, mas que compreende que pela democracia não é aceitável a cassação da presidente. Isso representa muito o sentimento de quem votou e quem não votou. Eu tenho a confiança de que nós vamos ter condições de pessoas que vão comparecer no momento da votação, em defesa da Constituição, ou seja, a sua posição ou de votar ou não votar será na defesa da Constituição”, avalia.

Volta de secretários à Câmara
O governador não descartou a volta dos secretários estaduais Rejane Dias (Educação) e Fábio Abreu (Segurança) à Câmara Federal para votar contra o impeachment. No entanto, segundo o governador, a decisão fica a cargo de cada gestor. “Vamos dialogar. Isso depende da vontade dos secretários. Tem que passar pela decisão deles”, declarou.

Manifestações
Dias comentou ainda a manifestação pró-impeachment marcada previamente para o dia 15 de abril, data em que deve ocorrer a votação no Congresso Nacional. O governador concorda com o povo nas ruas, mas discorda quando há a tentativa de ganhar no grito.

“Todos os dias nós temos manifestação e é importante. O Brasil  inteiro está alerta e não haverá ninguém ganhando no grito. Agora tem que ser com base na lei e é nisso que acredito e confio”, concluiu.

Hérlon Moraes / Cidade Verde

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